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COLUNAS Natasha Pádua

Janeiro sem álcool: entenda como o Dry January pode beneficiar sua saúde

As festas de fim de ano acabaram, restou a ressaca e talvez uma meta de parar de beber e ter um novo ano mais saudável. Dry January é o nome do movimento que consiste num desafio de passar um mês sem álcool. Entenda porque cada vez mais pessoas estão aderindo e como isso pode impactar a sua saúde por muito mais que 31 dias.

A Geração Z bebe em média 20% menos que a geração Millenial que, por sua vez, também bebe menos que a geração anterior. Isto não significa abstinência de bebidas alcoólicas, mas sim um consumo moderado e mais consciente.

A busca por um estilo de vida e hábitos mais saudáveis estão entre os motivos mais importantes para abrir mão do álcool e, depois dos exageros de fim de ano, o Dry January ou Janeiro Seco, em tradução livre, é encarado como um período de limpeza dos efeitos das bebidas e preparo para um ano de consumo equilibrado.

Teenager in a yellow sweatshirt refuses different types of alcohol on a blue background

Nos filmes antigos fumar era chique, classudo. Hoje em dia, essa ideia já foi eliminada da opinião popular. Ao que tudo indica, o consumo de bebidas alcoólicas está indo pelo mesmo caminho, os efeitos da bebedeira não são bem vistos pela geração jovem, que prioriza bem-estar físico e mental.

O consumo moderado é recomendado?

Não há uma concordância entres pesquisadores sobre se beber com moderação faz mal ou faz bem. Há estudos que afirmam que algumas taças de vinho tinto por semana são benéficas ao coração, outros afirmam que quanto menor for a ingestão de álcool, menor o risco de desenvolver doenças cardíacas, fibrose e vício.

Isso sem falar nos acidentes de trânsito, outro problema potencializado pelo consumo desenfreado. De acordo com a OMS, no mundo, cerca de 3 milhões de mortes por ano, 5,3% de todos os óbitos, decorrem dos efeitos do álcool.

Nos filmes antigos fumar era chique, classudo. Hoje em dia, essa ideia já foi eliminada da opinião popular. Ao que tudo indica, o consumo de bebidas alcoólicas está indo pelo mesmo caminho, os efeitos da bebedeira não são bem vistos pela geração jovem, que prioriza bem-estar físico e mental.

Dry January: o mês para recomeçar

O Dry January pode ser o início de um ano e de uma vida mais saudável./ Imagem: Clara Castle[/caption]

Os excessos de fim de ano pesaram na consciência? O Dry January é bastante simples, um mês inteiro sem consumir bebidas alcóolicas. Os efeitos da prática geralmente incluem melhora da saúde física e mental, melhora do sono, criação de hábitos e disciplina para recusar o consumo e afastar o consumo vicioso, economia financeira e ainda uma oportunidade de descobrir novos prazeres na vida que vão além da bebida.

Adianta aderir ao janeiro seco e voltar ao consumo normal nos meses seguintes? Acontece que a volta não é repentina, então o efeito é prolongado. Além disso, esse mês pode abrir espaço para a criação de novos hábitos e inibir a volta aos níveis de ingestão anteriores.

Como a duração do desafio é relativamente curta, isso estimula mais pessoas a tentarem e como os benefícios começam a ser sentidos já no primeiro mês, a prática incentiva a continuidade no longo prazo.

Os sinais já aparecem na indústria

Se o consumo de álcool é modesto, as bebidas não-alcoólicas ou com baixo teor de álcool, por outro lado, estão em franca expansão, no Reino Unido uma das principais redes verejistas do país reportou aumento de 20% na procura em 2023.

Esse crescimento se dá tanto porque as pessoas estão largando o álcool como também por consumidores insatisfeitos com a oferta de bebidas atual e buscam produtos para um paladar adulto, menos doces e mais saudáveis.

Marcas tradicionais de bebidas alcoólicas também já estão investindo em alternativas.

Cervejas são as mais conhecidas nesse segmento, mas há vinhos, gins e muito mais.

Pode upcycling no Dry January? Claro que pode!

É a oportunidade de produzir uma bebida zero álcool e ainda aproveitar resíduos alimentares de outros processos para proporcionar uma nova experiência ao consumidor. A Verjus, por exemplo, é uma marca de vinhos de uvas verdes que resolveu aproveitar a polpa das uvas que sobrava da produção do seu carro-chefe para criar outro produto para um público diferente: uma latinha de um espumante refrescante e não-alcóolico. Por enquanto, só há dois sabores disponíveis, Blac e Rouge e ambos combinam uvas upcycled, suco de maçã e água gaseificada.

A linha zero da Verjus recebeu o nome de JONI./ Imagem: TrendHunter[/caption] Outro exemplo de reaproveitamento é a bebida criada pela marca de Singapura Crop. Aqui, eles aproveitaram a casca e o bagaço de laranjas e limões para criar um mocktail em lata para o público que não consome bebidas alcóolicas.

Por fim, sabia que é possível usar os ingredientes da cerveja para fazer outras bebidas? A Joíí criou uma água saborizada usando malte de cevada descartado da produção cervejeira. O resultado é uma bebida gasosa que, misturada a flores e frutas tropicais, traz sabores únicos.

Dry January é apenas o começo da mudança

Dizem que não se faz amigos bebendo leite, mas é totalmente possível fazer amigos no bar consumindo bebidas com menor teor alcoólico. E se essas bebidas forem sustentáveis e upcycled, melhor ainda.

Referências: Moderate alcohol consumption is associated with advanced fibrosis in non-alcoholic fatty liver disease and shows a synergistic effect with type 2 diabetes mellitus, The protective effect of alcohol consumption on the incidence of cardiovascular diseases: is it real? A systematic review and meta-analysis of studies conducted in community settings, Forbes, Grocery Gazette

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1 Comentário

  1. Avatar

    CYNTHIA ANTONACCIO

    19/01/2024

    Muito bom Natasha. Você é realmente uma fera na costura. Obrigada por dedicar este tempo e pensamento ao BHB na construção de marcas mais saudáveis. Aproveito pra colar e colaborar com uma materia sobre mocktails que fiz com a Veja: https://veja.abril.com.br/gastronomia/e-drinque-ou-suco-coqueteis-sem-alcool-ganham-forca-e-fas-no-brasil/

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