Por Cynthia Antonaccio – Empresária, Nutricionista e Sócia da Equilibrium Latam
À medida que encerramos o “Janeiro Branco”, um período dedicado à conscientização sobre saúde mental, é crucial refletirmos sobre o papel das marcas e gestores no setor de alimentos e suplementos. Como comunicadores de saúde, temos a oportunidade e a responsabilidade de influenciar positivamente o bem-estar dos consumidores.
A Realidade da Ansiedade no Brasil e o Papel das Empresas
O Brasil, liderando as estatísticas mundiais de ansiedade com 9,3% da população afetada, enfrenta um desafio crescente em saúde mental. Com a previsão de que um em cada quatro brasileiros sofrerá de transtornos mentais ao longo da vida (OMS, 2022), as empresas têm um papel crucial na inovação e na comunicação responsável.
Otto Scharmer, estrategista do MIT e criador da Teoria U, enfatiza a necessidade de reconectar os seres humanos consigo mesmos, com os outros e com o planeta para resolver problemas globais. Em um mundo assolado pelo burnout, a inteligência emocional emerge como um ponto de partida essencial para a saúde mental.
A Influência do Ambiente de Trabalho na Inovação
Nosso ambiente de trabalho desempenha um papel significativo na promoção da saúde mental. Um senso de pertencimento e propósito pode transformar a criatividade dos times. Por outro lado, ambientes tóxicos e a falta de conexão humana inibem a inovação. Como revelado por um estudo da McKinsey, sintomas de burnout são frequentes entre os funcionários, destacando a necessidade de uma liderança que promova a vulnerabilidade e a compaixão.
Comunicação de Produtos e Saúde Mental dos Consumidores
É essencial entender as reais necessidades e desejos dos consumidores. Clotaire Rapaille, psiquiatra especialista no segmento de alimentos, aponta uma discrepância entre o que os consumidores dizem desejar e o que de fato praticam. A observação e interação direta com os consumidores podem revelar insights valiosos.
Michel Alcoforado, antropólogo, destaca que a busca incessante pela perfeição, muitas vezes intensificada pelas redes sociais, contribui para o aumento de transtornos mentais e alimentares. É crucial reavaliar a abordagem das marcas nesse contexto.
Chamado à Ação: Revisitando Estratégias de Comunicação
Encerramos com um apelo por uma mudança na forma como comunicamos saúde e bem-estar:
- Promover campanhas positivas nas redes sociais, com mensagens realistas e sem comparações nocivas.
- Utilizar imagens que reflitam a diversidade real de corpos e biotipos.
- Propor conteúdos que abordem a saúde de forma integrativa, considerando corpo, mente e espírito.
- Expandir as mensagens para além dos benefícios do produto, conectando com os desejos reais dos consumidores.
- Adotar uma comunicação que alivie a angústia e o estresse, trazendo diversão e humor para o consumo consciente.
Convido todos no setor a se juntarem a nós nesta jornada de transformação. A saúde mental não é apenas um aspecto da vida; ela é a base sobre a qual construímos um futuro mais saudável e inovador.
Até breve, Cynthia Antonaccio
CYNTHIA ANTONACCIO
31/01/2024Um desafio estar aqui como colunista e nutrir a arte de escrever além dos relatórios, dos pareceres e da gestão do time e dos estudos. Entretanto o aprendizado maior é quando se estuda para compartilhar e quando se experimenta, se vive o conhecimento por meio de nossas ações do dia a dia e do impacto que geramos nos outros ao transferir nosso conhecimento ou atitudes que são frutos dele.