O que mudou na relação das grandes corporações com scale-ups
Para nos contar o que mudou na relação das grandes corporações com scale-ups, a 10ª edição do BHB Food trouxe em REVISÃO quem mais entende da relação das grandes empresas com as pequenas, a aceleradora multinacional Endeavor, onde Giovanna Fiorini e Victor Xavier foram os convidados palestrantes.
Ecossistema Empreendedor
Para introduzir ao tema, Victor comenta a respeito do ecossistema empreendedor. Quando a empresa chegou ao Brasil em 2000, o ecossistema empreendedor era muito pequeno, com poucas aceleradoras e fundos de investimento, e atualmente, o ecossistema é “recheado, com grandes corporações, aceleradoras e conexões de fomento”.
Scale-up:
Irmã mais velha da startup Victor explica que a Endeavor trabalha com scale-ups, as “irmãs mais velhas” das startups. Elas possuem um papel muito importante no ecossistema, onde apenas 0,5% das empresas são assim definidas,mas nos últimos três anos geraram mais de 1,6 milhões de empregos, auxiliando no crescimento econômico do país.
O palestrante ainda informa que para uma empresa ser scale-up ela necessita ter um modelo de negócio sólido e escalável, com solução/produto tracionado e validado, e com crescimento de no mínimo 20% ao ano, embora no portfólio da Endeavor as scale-ups cresçam mais, chegando até 70% ao ano.
A estratégia de Open Innovation
Dando continuidade ao tema, Giovanna explica uma estratégia muito utilizada pela Endeavor, chamada “open innovation” ou inovação aberta, onde se fomenta mais e melhores negócios através da conexão de corporações com scale-ups.
Grandes corporações de diferentes setores como Itaú, Cargill, Ambev e Eurofarma fazem conexões com a Endeavor. Em 2020, a open innovation da Endeavor gerou mais de 40 corporações parceiras, além de fomentar mais de 50 negócios de corporações com scale-ups.
“Nós acreditamos muito que esse relacionamento entre corporações e empreendedores têm tudo pra ser um relacionamento ganha-ganha, um relacionamento que agregue valor para ambos os lados. Mas entendemos que o ecossistema precisa ser educado. A empresa precisa saber se relacionar com os empreendedores”.
Giovanna Fiorini, Coordenadora de Open Innovation Endeavor.
Open Innovation: o duplo diamante
Giovanna explica o duplo diamante de open innovation, metodologia da Endeavor para conectar corporações com scale-ups, onde a parte de cima do diamante é a visão das corporações, e parte de baixo as scale ups.
A estratégia consiste em integrar objetivos e ambições de ambas, analisando possíveis formatos de inovação e, posteriormente, escolher a melhor parceria, e executá-la da melhor forma.
Open innovation: afinal, o que é?
A palestrante explica que enquanto closed innovation contempla iniciativas de P&D que usam exclusivamente com os recursos e capital intelectual da própria organização, a open innovation é um “guarda-chuva” de iniciativas abertas que conversam com outros players do ecossistema. “O grande ponto do open innovation é a colaboração, as empresas percebendo o quanto faz sentido colaborar com o ecossistema, e colaborando com o ecossistema conseguem inovar de uma maneira mais fácil, rápida, barata e gerando mais valor”.
Grandes corporações com scale-ups: benefícios
Os palestrantes também expuseram os benefícios da parceria para ambas as partes. Para grandes corporações, é uma oportunidade de olhar pro mercado e entender as novas tecnologias, além de criar uma relação saudável com empreendedores, estando aberta a inovar. Mas também fomenta pesquisa e desenvolvimento, gera novos negócios e aumento do potencial de vendas.
Já para as scale-ups, os principais benefícios estão no acesso ao mercado e capital, gerando desenvolvimento para a empresa. Além disso, gera-se conhecimento técnico e de negócios e acesso a infra-estrutura e talentos. Assim, os palestrantes finalizam reforçando o benefício desta relação:
“Falamos bastante de Davi e Golias, de uma luta entre ambos os lados, mas acreditamos muito que é uma relação que tem tudo pra ser benéfica, e realmente traz benefícios tanto pra empresas, quando pra scale-ups, e é por isso que a Endeavor têm esse papel de educação e de fomentar esse relacionamento”.
Giovanna Fiorini, Coordenadora de Open Innovation Endeavor.
Não perca tempo, veja o que rolou no 10° BHB na íntegra nesse link. Corre que só vai até 18 de novembro.