Olive Oil World Congress aproxima Brasil da olivicultura

O Olive Oil World Congress realizou em São Paulo o 1º Simpósio Internacional de Azeite de Oliva no Brasil, reunindo pesquisadores, produtores, executivos da indústria e especialistas em qualidade para discutir inovação e tendências globais.
O encontro, realizado nesta quarta-feira (12/11), contou com a colaboração da OLIVA e da Casa do Azeite, além do patrocínio da Interprofesional do Azeite de Oliva, Gallo e Filippo Berio.
Embora o Brasil consuma mais de 97 mil toneladas de azeite por ano, o consumo per capita ainda é baixo: cerca de meio quilo por habitante, muito distante de países como Grécia, Espanha e Itália. Esse cenário e o simpósio reforçam a importância de aproximar o mercado brasileiro das discussões internacionais sobre qualidade, ciência e competitividade.
Olive Oil World Congress e o posicionamento estratégico do Brasil
A escolha do Brasil para sediar o simpósio marca um movimento de atenção internacional. O país importou € 721 milhões em azeite no último período, sendo € 588 milhões provenientes da União Europeia.
Esse volume, aliado ao interesse crescente por origem, autenticidade e atributos sensoriais, tem colocado o mercado brasileiro no radar do Olive Oil World Congress.
As apresentações mostraram que tendências mundiais, como a valorização de azeites extravirgens, a busca por rastreabilidade e a consolidação da dieta mediterrânea, eleita a melhor dieta do mundo por oito anos consecutivos pela US News 2025, influenciam o avanço do consumo no Brasil.
Para entidades setoriais, realizar o encontro em São Paulo atendia a um desejo antigo de criar um espaço técnico dedicado à categoria.
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Produção nacional de azeite
A produção brasileira cresce de forma gradual. O país já produz cerca de 530 toneladas de azeite ao ano, com destaque para Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo.
A evolução está ligada a avanços técnicos em manejo, cultivo e extração, além da consolidação de produtores que começam a conquistar prêmios internacionais.
Durante o simpósio, materiais visuais reforçaram a forte concentração da produção em Espanha, Itália, Grécia, Turquia e Portugal. Essa dependência de poucos polos produtores explica a vulnerabilidade do Brasil aos preços internacionais e evidencia a necessidade de estratégias de longo prazo para fortalecer a olivicultura nacional.
O cenário internacional, pressionado por mudanças climáticas e flutuações de safra, exige atenção da indústria ao planejamento de portfólio, abastecimento e diferenciação sensorial.







Cobertura do Olive Oil World Congress
A manhã do evento foi dedicada às evidências científicas sobre a dieta mediterrânea e os compostos bioativos do azeite, com participação de pesquisadores que lideram estudos internacionais sobre seus efeitos metabólicos e cardiovasculares.
Os conteúdos ajudaram a contextualizar a valorização crescente do azeite no mercado global.
No período da tarde, o foco se voltou às questões técnicas da categoria. Os especialistas abordaram diferenças entre variedades de azeitona, impactos do ponto de maturação, características sensoriais, como amargor, picância e suavidade, e o papel dos métodos de colheita na definição do perfil final do azeite. Esses temas conectam diretamente ciência e mercado, e ajudam empresas do setor a comunicar valor de forma mais consistente.
Experiências gastronômicas no Olive Oil World Congress
O simpósio incluiu momentos sensoriais que mostraram a versatilidade do azeite. No almoço, os participantes degustaram rótulos da Gallo, patrocinadora principal do evento. No encerramento, houve nova rodada de degustação com azeites da Filippo Berio e de produtores da Espanha, além de doces preparados com azeite.
As demonstrações aproximaram profissionais de P&D, chefs e marcas das possibilidades culinárias do ingrediente, aspecto relevante para inovação em produtos prontos, molhos, snacks premium e formulações com apelo de qualidade.
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A articulação internacional do evento
O encontro reuniu instituições e empresas de referência, incluindo o Ministério da Agricultura da Espanha, o Governo de Portugal, o Governo da Catalunha, o IMIDRA e entidades interprofissionais do Mediterrâneo.
A participação desses atores reforçou o papel do Olive Oil World Congress como plataforma de cooperação técnica e aproximação com os principais pólos da olivicultura mundial.
Para o Brasil, essa articulação é estratégica. A troca de conhecimento contribui para acelerar boas práticas, apoiar novos olivais e ampliar a competitividade do azeite nacional no varejo, na indústria e no food service.
Brasil em ascensão no Olive Oil World Congress
Com consumo crescente, maior atenção à qualidade e potencial agrícola ainda pouco explorado, o Brasil ganhou destaque na edição de São Paulo do Olive Oil World Congress.
O simpósio indica uma oportunidade de integrar ciência, mercado e inovação, com foco em fortalecer a produção local e reduzir a dependência das importações nos próximos anos.
Dados do setor
Produção global: 3,4 milhões de toneladas
Consumo global: 3,1 milhões de toneladas
Consumo no Brasil: 97 mil toneladas/ano
Importações brasileiras: 77 mil toneladas em 2024
Valor importado: € 721 milhões (sendo € 588 milhões da UE-27)
Produção nacional: 530 toneladas
Principais estados produtores: RS, MG, SP
Principais produtores globais: Espanha, Itália, Grécia, Turquia, Portugal
FAQ – Perguntas frequentes sobre o Olive Oil World Congress e o mercado de azeite
O que é o Olive Oil World Congress?
O Olive Oil World Congress é uma plataforma internacional dedicada à troca de conhecimento técnico, científico e mercadológico sobre azeite de oliva. O congresso reúne pesquisadores, produtores, entidades reguladoras e empresas globais do setor.
Por que o Olive Oil World Congress escolheu o Brasil?
O Brasil é um dos maiores mercados consumidores fora do Mediterrâneo, com importações superiores a € 700 milhões. O País também mostra evolução na produção local, o que despertou maior interesse internacional.
Qual a importância do 1º Simpósio Internacional de Azeite de Oliva no Brasil?
O simpósio marcou a primeira edição organizada no país, conectando ciência, mercado e qualidade, e aproximando o Brasil das discussões internacionais da cadeia do azeite.
Quem organizou o evento em São Paulo?
O encontro foi organizado pelo Olive Oil World Congress, em colaboração com a OLIVA e a Casa do Azeite, além do patrocínio de entidades e empresas como Interprofesional del Aceite de Oliva, Gallo e Filippo Berio.
O que a indústria brasileira pode ganhar com o congresso?
O evento fortalece a integração com os principais polos produtores do mundo, facilita o acesso a boas práticas internacionais, favorece o avanço da produção local e apoia estratégias de diferenciação sensorial e de qualidade.
O Brasil tem potencial para ampliar a produção de azeite?
Sim. A produção nacional cresce ano a ano, impulsionada por novas tecnologias de manejo e extração e pelo aumento de olivais em estados como RS, MG e SP.
Quais são as principais tendências globais discutidas no congresso?
Entre os destaques estão a valorização de azeites extravirgens, rastreabilidade, autenticidade, impacto da dieta mediterrânea, avanços em análise sensorial e uso culinário em novas categorias de alimentos.
Quais marcas participaram das degustações?
As degustações incluíram azeites da Gallo, Filippo Berio e produtores espanhóis, demonstrando a diversidade sensorial e de aplicações do ingrediente.
Qual o impacto do congresso para chefs e P&D?
O evento apresentou perfis sensoriais, aplicações culinárias e possibilidades de formulação que apoiam inovação em molhos, snacks premium, refeições prontas e produtos com apelo de qualidade.
O que esperar das próximas edições?
A expectativa é que o Brasil siga no radar do congresso e que novos encontros ampliem a troca internacional, apoiando a evolução técnica da olivicultura brasileira.
Foto: João Neto / Reprodução




