O novo adoçante natural feito de resíduos de milho
Pensando no desenvolvimento de produtos saudáveis e que ao mesmo tempo tragam soluções sustentáveis, Javier Larragoiti, desenvolveu o Xilinat no México e ganhou a terceira edição do Heineken Green Challenge.
O Xilinat é um adoçante 100% natural, obtido através da transformação da espiga de milho por um processo ecologicamente correto e reduzindo a poluição do ar.
“O objetivo da economia circular é minimizar a geração de resíduos e reaproveitá-los para transformá-los em subprodutos. É uma tendência em todo o mundo, pois há mais consciência sobre os problemas sociais e ambientais […] Não se trata apenas de como produzir menos resíduos, mas de como tirar menos recursos da natureza. Por isso, para produzir o Xilinat criamos um processo patenteado no qual fermentamos resíduos agrícolas a esse poliol, semelhante ao processo de fabricação da cerveja”.
Javier Larragoiti.
Entre os resíduos agrícolas que foram levados para a produção do substituto do açúcar estão: Espiga de milho, Bagaço de cana, Casca de arroz, Benefícios do Xilinat, O Xilinat, além de baixo teor calórico, protege os dentes contra as cáries.
- Seu índice glicêmico é 7, enquanto o do açúcar é 64.
- É o único adoçante natural que tem exatamente o mesmo sabor e aparência do açúcar convencional.
- É feito de resíduos agrícolas.
- Nasceu com o intuito de oferecer às pessoas com diabetes uma alternativa natural e saborosa que não prejudique sua saúde e lhes permita desfrutar do doce sabor em sua dieta alimentar.
- Pode ser usado para aplicações de pastelaria, chocolate, doces, gomas de mascar e sorvetes.
- Atende ao contexto de demanda do consumidor, que quer produtos com teor reduzido de açúcar e, na situação da saúde pública, às pessoas com diabetes no México.
“Além de beneficiar a saúde, em um país onde a obesidade e o diabetes crescem muito, beneficia os agricultores, que de outra forma são obrigados a incinerar seus resíduos agrícolas, com os consequentes prejuízos ao meio ambiente”
Javier Larragoiti.
Segundo o também líder do Projeto Xilinat:
- Para cada tonelada vendida, $ 500 são pagos aos camponeses.
- Sete toneladas de resíduos agrícolas são reciclados.
“Agora o desafio é dimensionar a produção para um nível industrial. Procuramos criar uma linha de fabricação que aumente de forma massiva a produção do produto. Estamos confiantes em atingir esse objetivo […] A população mexicana tem um paladar muito educado para os doces. Mas por falar no consumo de adoçantes, em todo o país apenas 15% os utilizam. É um percentual baixo se comparado a outros países, o que reflete porque existem problemas de obesidade e diabetes”.
Javier Larragoiti.
A substituição do açúcar exige a busca por outros aditivos que cumpram as múltiplas funções que o açúcar tem nos alimentos, o que nem sempre é fácil e, além disso, devem ser analisados do ponto de vista nutricional.
Segundo a AINIA Centro Tecnológico , um adoçante natural deve apresentar uma série de características para ser utilizado na indústria alimentícia:
- Percepção do sabor doce.
- Ser o mais semelhante possível ao açúcar comum, sem deixar qualquer sabor residual.
- Resista às condições de processamento dos alimentos nos quais vai ser utilizado.
“A tendência em termos de processos continua sintética. Por exemplo, existem moléculas no mercado, como a alulose, que são desenvolvidas por processos químicos. O xilitol não se popularizou por ser caro, pois é obtido por meio de um processo químico que usa a madeira de bétula como matéria-prima […] É aqui que entra a inovação. A maioria dos adoçantes continua de origem química, exceto alguns como a estévia que é extraída de uma folha, mas mesmo assim seu processo de extração é por meio de solventes”.
Javier Larragoiti.
Produção sustentável de alimentos
Hoje, tudo é projetado para seguir um modelo de economia linear em que recursos são extraídos da natureza, algo é produzido e é jogado fora. O problema desse modo de produção é o alto consumo de recursos, alguns deles não renováveis, e sua posterior geração de resíduos.
“Nesse sentido, o desafio é passar de um modelo linear para um circular. Hoje existe o compromisso de reduzir completamente o fluxo de resíduos ou reciclar tudo o que for produzido até 2030 […] Como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) é reduzir o desperdício de alimentos, um grave problema mundial, todas as alternativas e inovações nessa linha serão sempre uma solução”.Javier Larragoiti.
Javier Larragoiti.
Fonte: The Food Tech.