A empresa suíça CoffeeB desenvolveu o inovador “café de cápsula sem cápsula”
(Foto: CoffeeB)
A empresa CoffeeB revolucionou a forma como o café é consumido ao substituir as tradicionais cápsulas por inovadoras bolotas envoltas em algas. Quando as cápsulas de café foram introduzidas no mercado no final da década de 1980, encantaram o mundo, proporcionando a conveniência de preparar a bebida mais consumida do planeta em casa, sem bagunça, em questão de segundos. Com uma variedade de aromas e sabores, essas cápsulas hermeticamente fechadas impediam a entrada de ar, luz e umidade, preservando a qualidade do café fresco a qualquer hora do dia ou da noite.
No entanto, com a crescente crise climática e aumento da consciência ecológica, as cápsulas se tornaram alvo de críticas. Feitas de plástico ou alumínio, essas embalagens específicas são difíceis de reciclar, resultando em apenas 30% das toneladas anuais descartadas sendo reaproveitadas globalmente. A má fama das cápsulas também levou a proibições em locais públicos, como ocorreu na cidade de Hamburgo, Alemanha, em 2016.
Em resposta a essas preocupações ambientais, a empresa suíça CoffeeB surgiu em 2022 com uma solução inovadora: o “café de cápsula sem cápsula”. Desenvolvendo as Coffee Balls, bolotas prensadas de pó, a empresa eliminou o plástico e o alumínio, substituindo-os por algas após cinco anos de estudos. Dentro da máquina projetada pela startup, a bola de café é umedecida com água quente, a embalagem é perfurada, e o café é preparado. Ao final do processo, a casca cai na bandeja de coleta, promovendo um ciclo sustentável.
Embora o sistema CoffeeB esteja atualmente disponível apenas na Suíça, França e Alemanha, a empresa planeja expandir para outros países europeus e os Estados Unidos em 2024. Controlada pela gigante Migros, a maior varejista suíça, a CoffeeB tem ganhado destaque, recebendo o prestigioso prêmio internacional de design Red Dot 2023 na categoria “best of the best”.
Ao avaliar a questão ambiental, é importante considerar toda a cadeia de produção de café. Um estudo conduzido pela Universidade de Quebec, Canadá, em 2023, comparou a pegada de carbono de diferentes métodos de preparo de café. Surpreendentemente, as cápsulas não se mostraram a grande vilã, com o método de café coado liderando as emissões de gases de efeito estufa. Os autores destacam que, embora as cápsulas evitem o uso excessivo de café e água, a conveniência das máquinas pode levar a um aumento no consumo, anulando a vantagem ambiental.
Independentemente do método de preparo, o impacto ambiental significativo do café ocorre na fase de produção do grão, dentro das fazendas, contribuindo com 40% a 80% das emissões totais de gases de efeito estufa. A cultura do café é uma das mais prejudiciais ao meio ambiente, devido à irrigação intensiva, uso de fertilizantes e pesticidas químicos, e à sua suscetibilidade aos efeitos climáticos.