No Brasil, importações de cacau aumentam 300% em 2023
No Brasil, as importações de cacau dispararam em 2023, atingindo a marca de US$ 110 milhões, revelou um estudo conduzido pela Vixtra, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior e da Organização Internacional do Cacau.
Esse número representa um aumento de 300% em comparação com o ano anterior, quando as importações totalizaram US$ 28 milhões. Em termos de volume, foram importadas 43,3 mil toneladas do produto no ano passado, um aumento significativo em relação às 11,4 mil toneladas registradas em 2022.
De acordo com Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, a disseminação de pragas, como a vassoura-de-bruxa, impactou severamente as plantações de cacau em diversas regiões do país, reduzindo a produtividade e a qualidade do produto. Esse cenário levou a um aumento nas importações para suprir a demanda interna e manter a indústria chocolateira nacional em funcionamento.
Quase 100% do cacau importado pelo Brasil provém da Costa do Marfim (80,84% das exportações) e de Gana (19,12%), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior. Baltieri destaca que esses dois países africanos são os maiores produtores mundiais de cacau, oferecendo uma oferta consistente e competitiva para o mercado internacional, incluindo o brasileiro.
Cacau: aumento nos preços e perspectivas para a Páscoa
O estudo também revelou um aumento significativo nos preços do cacau importado nos últimos anos, com um crescimento constante por tonelada a partir de novembro de 2022. Comparando os meses de janeiro de 2023 e 2024, houve um aumento de 75% no valor desta commodity agrícola, conforme a ICCO.
Baltieri explica que esse aumento nos preços está relacionado à lei da oferta e procura, influenciada por mudanças climáticas na África Ocidental, principal região produtora, e pressões por práticas agrícolas mais sustentáveis. Apesar desses desafios, as importações de cacau garantem um suprimento estável para a indústria chocolateira brasileira, especialmente durante a Páscoa.
Para a Páscoa de 2024, espera-se que as empresas do setor ajustem suas estratégias de precificação e promoção para garantir a acessibilidade dos produtos, mantendo margens de lucro saudáveis, conclui Baltieri.
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