Ferrero Rocher conclui certificação de seus produtores de cacau
A chocolateira italiana Ferrero, uma das cinco maiores compradoras de cacau do mundo, concluiu no ano passado o rastreamento e a certificação de todos os seus fornecedores da amêndoa, diretos e indiretos, atingindo meta estabelecida em 2011. Já no caso da avelã, da qual a companhia é a maior compradora mundial, a meta de rastrear toda a cadeia até este ano será confirmada em maio.
Motivação da certificação dos produtores de cacauA certificação de todos os produtores de cacau ocorreu em meio à pressão crescente nos principais países consumidores por matérias-primas desassociadas de desmatamento e problemas trabalhistas, como o avanço de um projeto de lei na Europa que quer obrigar empresas a realizar due dilligence de suas cadeias.
Com a certificação, a Ferrero paga um prêmio sobre os valores de mercado do cacau para cada tonelada que sai das comunidades. Em Costa do Marfim e Gana, o prêmio é acrescido ao pagamento do diferencial de renda de subsistência (LID, na sigla em inglês), de US$ 400 por tonelada, instituído pelos dois governos no ano passado. Do valor pago pela múlti pelo cacau, 80% vai direto ao bolso dos produtores.
A política com os fornecedores também tem sido adotada em outras matérias-primas, como avelã e óleo de palma. No caso da avelã, a Ferrero vem sendo pressionada após identificada em 2019 casos de trabalho infantil em algumas de suas fazendas na Turquia.
Hoje, 60% de seus fornecedores turcos são rastreados, e a empresa havia colocado como objetivo concluir o rastreamento global neste ano. Gonçalves disse que a Turquia tem um problema estrutural, já que são mais de 470 mil pequenas propriedades produtoras e a colheita ocorre em apenas seis dias ao ano, o que exige um esforço concentrado.
Para avançar no rastreamento, a Ferrero contratou a empresa de monitoramento por satélite SourceMap, já que a pandemia dificultou o trabalho dos agrônomos em campo. Em maio, após a colheita no Chile, a companhia verificará se alcançou a meta global.
Fonte: Valor Econômico.