Adoçantes artificiais NÃO são todos iguais.
Os mais conhecidos são: sacarina, acessulfame K, aspartame, sucralose e estévia.
Não se sabe muito bem ainda como o corpo e o cérebro humano respondem a esses adoçantes.
Uma preocupação é que as pessoas que usam adoçantes artificiais e então se dão o direito de exagerar em outra coisa como uma forma de compensação. Tipo: "Estou bebendo refrigerante zero, então está tudo bem em comer bolo".
Também é possível que esses produtos mudem a maneira como provamos comida.
Uma das suposições é que ocorra uma super estimulação dos receptores de açúcar pelo uso frequente desses adoçantes hiper-intensos, podendo limitar a tolerância a gostos menos doces, como frutas por exemplo, e sentir que estão um tanto “sem-graça”
Em outras palavras, o uso de adoçantes artificiais poderia fazer com que você evite alimentos saudáveis, altamente nutritivos, enquanto consome mais alimentos com sabor artificial e com menor valor nutricional.
Mais isso é só uma hipótese.
Adoçantes artificiais também podem ter outro truque. Pesquisas sugerem que elas podem nos impedir de associar doçura à ingestão calórica.
Participantes de um Estudo do Coração de San Antonio no Texas (EUA) – (The San Antonio Heart Study), que bebiam mais de 21 bebidas dietéticas por semana, eram duas vezes mais propensos a ficar acima do peso ou obesos do que as pessoas que não bebiam refrigerante dietético.(1)
Estudos consistente sempre acabam constatando que o uso indiscriminado de adoçantes pode elevar o risco de doenças ligadas ao metabolismo, mas costumam não encontrar relação com câncer. Porém as doses ainda não são claras.
Um estudo recente mostrou a relação entre maior risco de AVC e consumo de bebidas dietéticas, mas o aumento de risco só ocorria em obesos. Porém o risco de morte por todas as causas aumentava mais nos indivíduos com peso normal ou sobrepeso. (2)
Mas este estudo pode ser avaliado como inconsistente porque não houve acompanhamento a longo prazo.
Também temos a evidência que as bebidas dietéticas podem até afetar a tolerância à glicose através de mecanismos que envolvem microbiota intestinal alterada. (3)
Enfim, é mais uma questão a ser profundamente investigada, pois as bebidas zero açúcar vieram para ficar.
Seguramente devemos reduzir o consumo, e saber utilizar com critério de redução de ingestão de açúcar e não de compensação para poder comer mais doce.
REFERÊNCIAS:
1.Fowler S P, et al. Fueling the Obesity Epidemic? Artificially Sweetened Beverage Use and Long‐term Weight Gain . Obesity. 2012 doi.org/10.1038/oby.2008.284
2. Mossavar-Rahmani Y, et al.. Artificially sweetened beverages and stroke, coronary heart disease, and all-cause mortality in the Women’s Health Initiative.Stroke. 2019; 50:555–562. doi: 10.1161/STROKEAHA.118.023100
3. Suez J, et al.. Artificial sweeteners induce glucose intolerance by altering the gut microbiota.Nature. 2014; 514:181–186. doi: 10.1038/nature13793