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TENDÊNCIAS

O Iceberg da Naturalidade

Muito além de um CLAIM, o Iceberg da Naturalidade é um desafio para as empresas e será ditado pelo novo consumidor.

Entenda melhor

O que não é visível aos olhos do consumidor, mas que as marcas realmente comprometidas com a saúde têm como valor? A imagem do iceberg se tornou uma famosa ilustração no marketing, pois deixa claro a premissa de que existe muito mais do que vemos no topo, (no nosso caso, nos rótulos dos produtos) ou por de trás. O iceberg da naturalidade tem em sua superfície somente a ponta de gelo, formada pelos claims. Entretanto, existem algumas iniciativas imprescindíveis e muito mais adequadas para a construção de uma marca com um conceito de naturalidade e sustentabilidade presentes no mercado da alimentação saudável.

Neste texto, o conceito de naturalidade é bem mais abrangente do que a preocupação das marcas em entregar produtos rotulados como “saudáveis”. Quero te mostrar quais são as “camadas desse iceberg” e traçar junto contigo um plano de ação para que você lide de forma mais completa com a naturalidade na sua marca/empresa.

Para uma marca se destacar no cenário atual, é preciso muito mais que o apelo ao natural, ou seja, ser livre de aditivos ou ingredientes artificiais. É preciso olhar as necessidades de um consumidor que caracteriza as demandas de um futuro próximo.

Qual será o objeto de desejo do cliente dentro do desafiador mercado de alimentos?

As tendências de consumo de alimentos nos dão algumas pistas do futuro, principalmente quando falamos em colheita high-tech, avatares de marca, snacks feitos de plantas, fermentação 2.0 ou água funcional. Tudo contemplado por um marketing hiper personalizado e focado em storytelling – a arte de narrar histórias vencedoras – no cenário das apostas nas tendências deste mercado.

De fato, as marcas fortes e com grande potencial de crescimento orgânico a longo prazo priorizam:

  • Não apenas os investimentos de recursos financeiros, como  também  estratégias de crescimento;
  • A sustentação de uma imagem de confiabilidade junto ao consumidor final;
  • O desenvolvimento de produtos que espelham o investimento na saúde integral do indivíduo.

De acordo com o estudo da Euromonitor Internacional, o mercado de alimentação saudável movimentou, no Brasil, US $446 bilhões em 2019. Dados do Brasil Food Trends apontam: o mercado de alimentação saudável se expande a uma média de 12,3% ao ano.

Os números endossam o crescimento do desejo pelo encontro com as tendências alimentares dos próximos anos. A superfície de uma marca realmente comprometida com a natureza só ganhará o status de sustentável se estiver calcada em práticas que o consumidor final não vê. Neste panorama de mercado, podemos mapear ponto a ponto esta grande massa de gelo, o que nos dá o reflexo de um novo posicionamento das marcas do mercado de alimentos.

Quais são as camadas do ICEBERG DA NATURALIDADE?

“O SABOR DO FUTURO TERÁ GOSTO DE SOLUÇÕES INTELIGENTES PARA PRESERVAR O MEIO AMBIENTE”

O mercado de alimentos e bebidas passou por uma grande transformação em sua comunicação com os consumidores. Portanto, investir em produtos mais saudáveis e com redução de impactos ambientais se tornou um modelo de negócio simplista, principalmente ao pensarmos na complexidade deste grande “iceberg da naturalidade”.

Na Superfície:

1 – Embalagens sustentáveis

AS FOODTECHS GANHAM FORÇA: É PRECISO RENOVAR O PORTFÓLIO DE EMBALAGENS

Renovar o portfólio de seus produtos com embalagens recicláveis, sustentáveis ou biodegradáveis é estar atento às tendências que modelarão os negócios em um futuro próximo. E mais, é o caminho para a entrega de embalagens demandadas pelo consumidor consciente.

Submerso:

2 – Procedência (Produtores Locais)/ Rastreabilidade/Cadeia Produtiva

A CEREJA DO BOLO É SABER FAZER CONEXÕES

Usar a cadeia produtiva como o percurso que começa na matéria-prima e culmina no consumidor final não é suficiente, dentro da nova proposta do mercado de alimentos sustentáveis. O ato de cozinhar, a procedência dos insumos usados, a transparência na produção e o impacto sobre o meio ambiente são, ainda, elos fracionados, mas que causam um grande impacto para o consumidor final. Todavia, as marcas que souberem uni-los ganharão espaço no mercado de alimentos.

3 – Ingredientes (clean label, naturais e regionais)

GANHA ESPAÇO O SABOR EM COMER ALIMENTOS NATURAIS

De acordo com o estudo da Decode com o BHB Food, em setembro de 2020, o Brasil ficou entre os cinco países que mais buscam por produtos Clean Label, destacando-se nessa procura os molhos, temperos e sobremesas que possuem ingredientes naturais. Esta categoria apresenta um conceito bastante amplo, dentre os seus propósitos estão: transparência nas informações contidas na rotulagem nutricional, formulações com menos ingredientes, preferência por alimentos naturais, livres de aditivos e conservantes. Além disso, os produtos clean label podem ser produzidos dentro de uma cadeia sustentável, alinhados aos atuais anseios dos consumidores por uma mudança de postura das empresas em relação aos cuidados com o meio ambiente.

4 – Plant Based

MUITO ALÉM DA BEBIDA DE SOJA: ALIMENTOS À BASE DE PLANTAS ESTÃO CADA VEZ MAIS EM ALTA

Os alimentos rotulados como plant-based ganham cada vez mais adeptos no mercado. Em outras palavras, eles atendem a um público exigente que tem o desejo de reduzir ou excluir, por motivos de saúde ou ideológicos, o consumo de proteína animal. Diante disso, as grandes marcas já vêm expandindo suas opções no mercado – indo além de insumos tradicionais como a soja ou o tofu para a produção de alimentos que atendam este público. Os dados de “O consumidor brasileiro e o mercado plant-based”, pesquisa do The Good Food Institute (GFI), também mostram que existe uma grande oportunidade e, ao mesmo tempo, um desafio para os produtos vegetais disponíveis no mercado: integrar-se ao cotidiano do brasileiro, unindo praticidade e sabor.

A maioria dos entrevistados na pesquisa apontou que prefere consumir alternativas vegetais em casa, seja ao cozinhar (62%) ou pelo delivery (44%). Além disso, os momentos em que mais gostariam de ter essas opções são nas refeições do dia a dia (59%) e em refeições rápidas (54%). Esses dados indicam que, para entrar de forma definitiva nos hábitos alimentares, as proteínas alternativas devem ser sinônimo de praticidade.

5 – Orgânicos

VENCER AS BARREIRAS DO ACESSO AOS ORGÂNICOS É O GRANDE DESAFIO

A transição entre a mera  idealização de que todos possam ter acesso à produção de alimentos orgânicos para uma realidade concreta para todos decorrerá da junção entre a produção em larga escala, a ciência dos alimentos e a real consciência de mercado – o que passa pelo compromisso com a ética e resulta na aquisição de produtos de qualidade não questionável.

De acordo com a pesquisa divulgada pela instituição Organis, entidade de promoção do setor de orgânicos no Brasil, pelo menos 19% dos brasileiros consumiram algum tipo de produto orgânico, num intervalo de um mês, em 2019. Em contrapartida, no ano de 2017, o índice era de apenas 15%. A partir desse cenário, garantir o acesso desses produtos à população brasileira, reconhecendo a diversidade e a capilaridade regional da atividade agrícola do País, são fatores essenciais para a produção de alimentos com menores impactos sociais e ambientais.

Veja ALGUNS CASES de empresas que começaram um movimento do lado “submerso” do ICEBERG:

  1. A marca de bebidas saudáveis Campo Largo é uma representante de peso no mercado de companhias globais engajadas nas causas ambientais. Ela conta com a chancela do selo de Empresa B, concedido apenas às marcas que têm no desenvolvimento socioambiental um modelo de negócios.
  2. Neste contexto, a empresa utiliza matéria-prima proveniente da agricultura familiar do município de São Carlos (RS), criando uma fonte de renda para mais de duas mil famílias e fomentando a economia da comunidade local.
  3. A empresa de produtos alimentícios Nestlé traçou como meta tornar cem por cento de suas embalagens recicláveis e reutilizáveis até o ano de 2025. Além disso, lançou o movimento #jogapradentro, que incentiva os consumidores da marca a colocarem os canudos dos produtos Nescau dentro das embalagens, para que não haja o risco do objeto ser depositado nos mananciais de rios, lagos e mares.
  4. A Liv Up, uma startup de comida congelada criada com o objetivo de atender à demanda de consumidores conscientes, dá preferência aos pequenos agricultores como fornecedores de insumos comercializados pela marca.
  5. O modelo de parceria da Liv Up viabilizou a criação das cestas com produtos provenientes de agricultores locais, possibilitando a expansão do negócio em uma via de mão dupla: por um lado, a empresa garante a compra antecipada da produção, adiantando os recursos financeiros para que o fornecedor cumpra o prazo de entrega estabelecido, por outro, conta com produtos que representam o sucesso da inserção da agricultura familiar em seu negócio.
  6. A maior fabricante de cereais para café da manhã do mundo, a Kellogg, entrou no rol das marcas preocupadas com a saúde do consumidor. A empresa optou por reduzir em cerca de 75% os corantes artificiais dos cereais Froot Loops produzidos na América do Norte.
  7. A Danone fincou o pé no mercado de marcas alimentícias sustentáveis.
  8. A Bonafont, marca da sua água natural, anunciou sua aliança com a sustentabilidade, estipulando que até o ano de 2025 tornará o seu produto um representante do desejo do consumidor do futuro. Para isso, a companhia já recolheu 100% do plástico que deposita no mercado.

E para sua marca? Por onde começar? Qual seria o PLANO DE AÇÃO?

Selecionamos alguns pontos e ideias importantes para que você possa rever seus processos e iniciar um plano de ação mais consciente em relação à naturalidade.

1– Busque ser Natural e mais Plant-Based:

Tenha como base três pilares: saúde, sustentabilidade e redução de sofrimento animal. E, com base em todos os estudos consolidados pelo relatório EAT LANCHED de 2019, precisamos dobrar o consumo de alimentos de origem vegetal e reduzir pela metade o de carne vermelha.

2 – Escolha uma batalha por vez:

Por exemplo, seu foco para 2021 pode ser a embalagem. Crie uma campanha “Compras Sem Embalagem”: Vender a granel não é algo novo. Já tentou se desafiar pensando em um projeto piloto para sua marca ou produto nesse sentido?

Sim, existem vários pontos aqui: manter crocância, conservação, garantia da qualidade, shelf life e um menor registro de marca por parte do consumidor são alguns deles, mas comece de alguma forma, de algum lugar. Talvez tenhamos, sim, que ter algumas perdas para nos adaptarmos às necessidades globais.

Faça um teste pequeno, depois, se der certo, escale! Esta é uma estratégia ligada à mudança de hábito do consumidor final, mas perfeitamente viável para ser introduzida nos pontos de vendas físicos (PDVs).

3 – Faça Parcerias com startups de FoodTechs:

A aproximação com a inteligência tecnológica é uma estratégia para as marcas. Entender a fusão entre a sabedoria dos ancestrais e a revolução da tecnologia é o caminho para as marcas sustentáveis. Portanto, procure aceleradoras que te ajudem nessa conexão.

Aqui já deixamos algumas recomendações:

Agtechgarage: https://www.agtechgarage.com/

LIGA VENTURES: https://liga.ventures/

FOODVENTURES: https://www.linkedin.com/company/foodventureshub/

Precisa de uma ajuda mais direcionada? Entre em contato conosco: contato@bhbfood.com

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