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O poder do caseiro

Caseiro: Feito em casa. Simples. Artesanal…

A definição da palavra no dicionário já diz muito sobre o poder desse adjetivo quanto ao sentimento que ele desperta nas pessoas.

Afinal, quem é que não tem boas lembranças da comida da mãe, da avó ou daquele prato especial da família?

O caseiro realmente está em alta, invadindo inclusive o conceito de alimentação saudável.

Prova disso é que, segundo a Ubersuggest, plataforma online que informa o volume de buscas de acordo com a palavra-chave, é possível ter uma visão de como o “feito em casa” tem sido procurado.

O termo “iogurte caseiro”, por exemplo, tinha cerca de 12.100 buscas diárias em fevereiro de 2020. Já no início de junho, com a pandemia do novo coronavírus, as procuras já passavam das 22.100. O mesmo acontece com a expressão “bolo caseiro”, com 21.800 pesquisas em fevereiro, contra 32.700 em junho de 2020.

Além de esse ser um efeito da maior permanência das pessoas em casa, por conta do isolamento social causado pelo vírus, essa busca pelo caseiro é uma tendência de comportamento das pessoas, é como se tivéssemos industrializado tudo demais e, agora, buscássemos um resgate das origens e da simplicidade , do natural, da terra. O caseiro se consolida, pois dentro dele existe uma representatividade de outras características muito buscadas pelos consumidores: sabor, tempero personalizado, conforto, cuidado, carinho e segurança, ainda mais no cenário atual. Então, antes de explorar mais a fundo o assunto, fica aqui um questionamento: uma marca que produz alimentos em uma fábrica pode chamar seus produtos de caseiros? Vamos voltar a essa reflexão na sequência.

O papel do empreendedorismo nesse contextoEntendido o poder do “caseiro” na relação das pessoas com a comida, vale a pena começarmos avaliando o Food Service como parte desse movimento.

Food Service é o nome dado para o mercado de alimentação fora do lar, que destina sua produção diretamente para o consumidor final. Por exemplo, franquias de bolos caseiros crescem cerca de 8% ao ano, “casas de bolo”, bolo da “vovó”, o homemade, que invadiram até mesmo a novela das nove com a história da Maria da Paz.

Outro movimento é o das marmitas fitness, no qual startups como a Liv Up e BELEF se destacam e, claro, a valorização dos pequenos produtores locais, se multiplica. Com a correria da rotina e a falta de tempo e até de conhecimento para preparar refeições balanceadas ou gostosas, muitos buscam esse tipo de serviço para se alimentar. A comida também está fortemente ligada ao entretenimento. Sair para comer é o que as famílias mais faziam como forma de lazer antes da pandemia, como mostra a pesquisa da DECODE. Com isso, a busca pelo termo gourmet junto a algumas receitas para fazer em casa também aumentou! Ou seja, o gourmet não é mais só para os chefes. Posso fazer o brigadeiro gourmet em casa e até revendê-lo.

Parte desse crescimento deve-se ao momento econômico do Brasil, a crise obriga as pessoas a se reinventarem e a empreenderem por necessidade e, muitas vezes, a comida é o que é mais fácil para começar, afinal de contas todos precisamos comer e talvez você não tenha habilidade para cozinhar, mas é um ofício acessível, que pode ser feito no ambiente doméstico. A EDUK, por exemplo, nasceu dessa necessidade, a maior plataforma de educação online da América Latina, tem cursos variados em gastronomia, todos com o apelo “faça você mesmo e ganhe dinheiro”. O maior foco da Eduk são os bolos e doces, mas lá também tem outros cursos como fotografia, costura, etc…

A indústria alimentícia na tendência do caseiroAgora, de volta à indústria alimentícia de médio e grande porte, existem marcas como a Bauducco, por exemplo, que é conhecida por sua história e tradição, com uma comunicação muito arraigada em receitas de família, que passam de pai para filho. Eles sempre contam uma história sobre a receita caseira que deu origem a seus produtos, como o panetone e os cookies. A marca não cita a palavra caseiro em seus rótulos, mas consegue explorar esse mote em seu storytelling. Assim como as misturas para bolo Fleischmann‎ e Dona Benta em suas últimas campanhas levadas ao ar.

A Pullmann, parte do Grupo Bimbo, é outra referência no assunto: com a criação do pão Artesano, fenômeno de vendas de pães industrializados, a BIMBO deu início a  uma nova categoria de pães e trouxe todos os concorrentes na cola. Pão com fatia mais grossa, mais macio e com cobertura similar à farinha de trigo do pão feito em casa. Na embalagem aparece a seguinte frase: “como feito em casa”. Ainda citamos a linha de geleias da Homemade, que só no seu nome já busca remeter ao “feito em casa”. Sabor e tradição são as palavras-chave da empresa.

Temos que ter em mente que todos esses produtos são feitos em larga escala e dentro de fábricas, o que não os torna, de forma alguma, necessariamente piores ou inferiores, mas não podemos dizer nos rótulos que eles são caseiros, porque não seria verdade. O que a indústria deveria fazer para se aproximar mais da atmosfera familiar, além da sua comunicação, é ter cuidado com a escolha dos ingredientes, procurando aqueles que o consumidor reconhece e possui de fato a perspectiva do “caseiro”.

O uso do conceito de clean label é essencial para marcas que buscam esse lugar no coração dos seus consumidores. O design das embalagens e o material com que elas são feitas: mais do que remeter a algo caseiro e natural, elas devem, de fato, incorporar esses conceitos. Ou seja, investir no mote do caseiro é um caminho interessante, que deve ser traçado com responsabilidade, entendendo seus limites para não levar o consumidor ao erro ou engano e assim construir sua marca em cima de alicerces fortes.

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