Faturamento da indústria plant-based supera R$ 1 bilhão no Brasil
O cenário da indústria plant-based no Brasil está em ascensão. Em 2023, as vendas de substitutos vegetais de carnes e frutos do mar aumentaram em 38% em comparação ao ano anterior, alcançando a marca de 1,1 bilhão de reais, conforme relatório da Euromonitor. Este valor é quase o dobro da projeção inicial para 2025.
Essa evolução representa uma excelente notícia para o meio ambiente. A pecuária, incluindo a produção de soja para ração animal, exerce um grande impacto ambiental. Segundo o Observatório do Clima, 74% das emissões de gases de efeito estufa no país estão relacionadas ao uso da terra.
Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute (GFI) no Brasil, destaca que atualmente 85% das terras aráveis do planeta são dedicadas à produção animal ou à produção de ração para esses animais, como monoculturas de soja e milho.
Com dois eventos importantes no horizonte — a reunião do G20, prevista para novembro, no Rio de Janeiro, e a 30ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP30, em Belém, em 2025 — o Brasil enfrentará pressões para adotar medidas que reduzam o desmatamento. Gustavo enfatiza que a resposta a esse desafio passa pela alimentação.
O GFI, fundado nos Estados Unidos em 2016, tem como missão desenvolver o mercado de proteínas à base vegetal, bem como produtos como carnes, couro, leites e derivados produzidos em laboratório, e fermentação de fungos, como cogumelos.
A organização sem fins lucrativos, mantida por recursos de bilionários como Jeff Bezos e Bill e Melinda Gates, financia pesquisas de ingredientes e tecnologias de produção e preparo de alimentos, estimula a criação de políticas públicas e realiza engajamento corporativo junto à indústria de alimentos.
Gustavo e Amanda Leitolis, doutora em biologia celular e molecular, discutem os avanços tecnológicos na produção de proteínas vegetais e de carne cultivada em laboratório, bem como o papel do GFI e os próximos passos do setor.
Avanços e desafios do mercado de proteínas plant-based
Em relação ao mercado de proteínas de base vegetal, Gustavo destaca que pesquisas de consumidores indicam um aumento na quantidade de pessoas que reduzem o consumo de carne, motivadas por questões como preço, sustentabilidade e saúde.
Ele observa que, embora o mercado esteja crescendo, não o suficiente para a entrada de muitas empresas ao mesmo tempo, o que indica uma tendência de consolidação. Isso está ligado à crise de acesso ao capital por parte de startups, que enfrentam um freio nos investimentos.
Gustavo ressalta a necessidade de impacto para promover mudanças significativas, explicando que durante muito tempo o foco foi em campanhas para incentivar o consumo de vegetais, mas sem resultados efetivos. Ele aponta os desafios ambientais e sociais associados à produção animal, destacando que as proteínas alternativas surgem como uma resposta a esses problemas.
Desenvolvimentos tecnológicos e científicos na produção de proteínas alternativas
Amanda destaca que, no campo das proteínas vegetais, os produtos são desenvolvidos para reproduzir o sabor, a textura e o modo de preparo da carne. Ela menciona avanços na aparência, textura e sabor dos produtos plant-based no Brasil.
Além disso, ela aborda a carne cultivada em laboratório, um processo que envolve a produção de carne animal a partir de células. Esse método, embora disruptivo, beneficia-se do conhecimento acumulado de décadas de pesquisa em cultivo celular, agora aplicado à produção de alimentos.
Amanda também destaca o papel da inteligência artificial (IA) na otimização do processo de desenvolvimento e produção de proteínas alternativas, permitindo formulações mais eficientes e decisões mais assertivas.
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Fonte: https://www.projetodraft.com/
Foto de Hermes Rivera na Unsplash
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