Realizado entre os dias 24 e 25 de outubro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, o BHB Food Festival reuniu mais de 60 palestrantes, cerca de 30 expositores e cerca de 1.500 profissionais das áreas de marketing, P&D, compradores e empresários para debater o mercado e o futuro de alimentos, bebidas e suplementos.  

O primeiro dia do evento contou com uma programação rica que reuniu especialistas para falar sobre tendências, nutrição e bem-estar, futuro da alimentação e práticas de sustentabilidade.  

Tendências  

Abrindo o primeiro dia de debates para falar sobre comportamentos e tendências para alimentos e bebidas saudáveis dentro e fora do lar, o BHB Food Festival trouxe Hudson Romano e Rodrigo Lima, ambos gerentes de Contas Sênior da Kantar. 

Ambos destacaram alguns dados mostrando as tendências que regem o consumo dentro e fora do lar, com a busca pelo sabor e pela conveniência ditando as escolhas. “Um exemplo disso é o aumento de 25% no consumo de produtos como cafés especiais”, disse Romano. Ele também destacou que, desde 2020, as pessoas têm optado por almoçar e tomar café da manhã fora de casa, mas não necessariamente em restaurantes e padarias, mas também na casa de amigos e familiares.  

“Para que as marcas possam crescer e ter um ponto de contato com o seu público, elas precisam investir no sabor e em satisfazer a vontade do consumidor, e para isso precisam estar atentas a essas mudanças. Quem não se diferencia, oferecendo opções e a possibilidade de experimentar o novo, perderá a chance de se manter conectado ao seu público de interesse”, analisou Romano.  

Lima destacou que o consumo dentro do lar está focado na saudabilidade, mas além de ser saudável, o produto precisa ter sabor e ser conveniente. “Inovar com propósito é a chave para ganhar espaço no mercado. É preciso se conectar com as necessidades reais do consumidor”, destacou.  

Cases de sucesso sob a liderança feminina 

O primeiro bloco do BHB Food Festival também foi destinado a histórias de sucesso comandadas por mulheres.  

Mariana Moraes, gerente de Marketing da Incrível Seara, contou sobre a trajetória da Incrível, uma empresa criada há três anos focada na produção de proteína 100% vegetal. Essa oportunidade de negócio teve como pano de fundo o aumento da população, os recursos naturais finitos, as mudanças climáticas e os novos consumidores que estão chegando ao mercado.  

“Percebemos que o nosso consumidor deseja evoluir na sua alimentação, buscando uma opção que possa ser mais saudável, mas sem para isso fazer sacrifícios e abrir mão do sabor.” 

Hoje, o desafio é ganhar mercado de maneira mais consistente, e para isso a empresa conta com uma cadeia de fornecedores certificada, com produtos 100% naturais, realiza parcerias para desenvolver a cadeia de soja regenerativa e busca valorizar o sabor aliado a uma alimentação nutritiva. “Não queremos ser um substituto à proteína animal, mas uma opção ao consumidor,” destacou Mariana. 

Quem também contou sua experiência foi Vivian Novaes, gerente de Nutrição na Danone Nutrition, que destacou a busca pela qualidade nos produtos aliada à conservação do planeta.  

“Nossa preocupação com a saúde das pessoas e do planeta é traduzida com a assinatura de marca ‘Tudo de Bom, Tudo de Bem’, que reforça que a Danone oferece escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis. Somos ‘Tudo de Bom’ porque temos a missão de levar saúde por meio da alimentação, e somos ‘Tudo de Bem’ porque produzimos nossos produtos de forma sustentável”, disse Vivian. 

Ela destacou ainda que, hoje, todos os produtos da Danone, exceto manteiga e creme de leite, não possuem mais o rótulo frontal em suas embalagens, que indica a presença de gordura e açúcar. Em outra frente, a empresa investe a aposta no poder feminino, tendo atualmente 55% de seu quadro de liderança formado por mulheres.  

Além disso, Vivian contou sobre um projeto desenvolvido junto a mulheres de comunidades carentes – o Kiteiras -, um canal de vendas porta a porta, com foco em desenvolvimento de empreendedorismo e empoderamento de mulheres de comunidades menos favorecidas.   

Fechando o bloco, foi a vez de Anna Emília Buffara, diretora da Nutrify, uma empresa do Grupo Integral Médica, que debateu com o público o desafio de entregar sabor e saúde. 

“Somos uma marca clean label, ou seja, priorizamos em nossos produtos os ingredientes naturais e simples. Queremos que as pessoas entendam que o suplemento é um complemento à alimentação e tem como objetivo manter nosso organismo equilibrado.” 

Em sua participação, Anna Emília destacou alguns produtos da Nutrify, como o Pure OX, antioxidante e anti-inflamatório que combina diversos compostos bioativos naturais, e o Collagen Drink, um produto pronto para beber com fonte proteica 100% proveniente de colágeno. 

Adoçantes – percepção do consumidor 

Fechando o primeiro bloco do BHB Food Festival, Renata Martins, gerente de Consumer Insights and Analytics da Tate & Lyle, apresentou alguns dados sobre as percepções dos consumidores em relação aos edulcorantes.  

Os destaques trazidos por Renata mostram que o consumidor cada vez mais busca produtos naturais e saudáveis, que tragam como benefício a promoção do equilíbrio no organismo. 

Porém, dependendo da idade desse consumidor, as necessidades mudam. “Enquanto os mais jovens querem produtos que forneçam energia, os mais velhos estão preocupados em como melhorar sua imunidade.” 

Nesse contexto, o que se percebe, segundo ela, é que as pessoas estão buscando produtos com baixo teor de açúcar e de gorduras, sem ingredientes artificiais e que sejam de origem natural. 

Segundo dados levantados pela Tate, em relação ao conhecimento dos ingredientes contidos nos produtos, sucralose e stevia são menos conhecidos do que açúcar e frutose, porém, muitos avaliam a stevia como mais saudável, nutritivo e clean label. Já a sucralose divide opiniões: enquanto uns a veem como artificial e com alto teor químico, outros a julgam saudável. 

Renata explicou também que muito da decisão de compra está baseada na escolha de produtos com menos açúcar, seja em alimentos ou bebidas, e que tenham em sua composição o mínimo de componentes artificiais. “Em nossas pesquisas, observamos que os consumidores têm conhecimento sobre os edulcorantes, que optam por produtos que os façam se sentir bem com suas escolhas, ou seja, fazem a compra acreditando que o produto faz bem a sua saúde, e que tenha, sobretudo, sabor.”