Cenário agrícola favorece indústria de alimentos em 2025

No Brasil, a indústria de alimentos encerrou o primeiro semestre de 2025 com cenário favorável em várias cadeias produtivas, impulsionada pela combinação de clima positivo, avanço tecnológico no campo e recuo nos preços internos.
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A análise é da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), que destacou os principais indicadores por cultura, sinalizando um momento estratégico para o planejamento e abastecimento do setor. Clique aqui para ler o relatório completo.
Café conilon tem safra recorde e preços em queda
Com produção estimada em 18,7 milhões de sacas, segundo a Conab, o café robusta (conilon) se destaca pela oferta elevada no Espírito Santo, o que puxou para baixo os preços internos. No mercado externo, mesmo com valores ainda altos, a expectativa de aumento nas exportações de Vietnã, Indonésia e Uganda pressiona para redução. O USDA projeta produção global de 77 milhões de sacas na safra 2025/26.
Cacau registra estabilidade na produção e preços voláteis
O IBGE revisou a produção nacional para 293,5 mil toneladas, com leve alta de 2% em relação à safra anterior. Ainda assim, os preços seguem altos e instáveis, reflexo do cenário internacional. A expectativa global para 2025 é de 4,84 milhões de toneladas, puxada pela recuperação de países da África e América Latina.
Trigo com oferta limitada mantém pressão sobre os preços
Apesar da queda de 2,5% nos preços no Paraná em junho, o trigo segue sob pressão. A produção nacional foi estimada em 7,81 milhões de toneladas, ligeira queda frente à safra anterior. No cenário internacional, a redução nas colheitas de Canadá, Ucrânia e Irã, combinada à alta no uso como ração, sustenta os preços.
Milho em alta na produção e em baixa nos preços
A safra nacional deve alcançar 132 milhões de toneladas, crescimento de 14,3% sobre o ciclo anterior. O bom desempenho é resultado de maior produtividade e expansão da segunda safra. No mercado doméstico, os preços caíram 7% em junho, mas acumulam alta de quase 18% em 12 meses.
Soja avança na produção, com leve alta nos preços
Principal cultura agrícola do país, a soja teve produção estimada em 169,5 milhões de toneladas. Em junho, o preço subiu 0,7% no Brasil. No exterior, o USDA projeta produção global de 422 milhões de toneladas, puxada pelo crescimento na Ucrânia. A demanda por biodiesel nos EUA segue como motor da valorização.
Óleo de soja se valoriza com aumento da mistura de biodiesel
O óleo de soja acumula alta de quase 30% no ano, impulsionado pelo aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil (B15). A produção deve chegar a 11,4 milhões de toneladas, com consumo interno estimado em 9,87 milhões e exportações próximas de 1,4 milhão de toneladas.
Arroz tem forte queda nos preços com colheita robusta
Com colheita estimada em 12,3 milhões de toneladas, o arroz apresentou queda de 9,1% nos preços em junho e retração anual de mais de 40%. A tendência de baixa deve continuar com a entrada da nova safra e os estoques liberados pela China para uso como ração.
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Açúcar recua no Brasil, mas sobe na Europa
A produção nacional de cana deve alcançar 45,9 milhões de toneladas. No Brasil, o açúcar caiu 8% no mês. No entanto, o mercado global segue sustentado por fatores como o petróleo valorizado e a possível retomada das exportações pela Índia, que deve elevar sua produção para 35 milhões de toneladas.
Leite com preços firmes e oferta estável
O leite teve alta de 4,3% em junho e quase 20% no acumulado de 12 meses. A estabilidade da produção, favorecida pelo clima, tem contribuído para conter oscilações mais acentuadas nos preços ao consumidor.
Panorama favorece competitividade da indústria
O cenário traçado pela ABIA indica um alinhamento positivo entre produção agrícola e indústria de alimentos. A melhora no abastecimento e o alívio nos preços de insumos estratégicos ampliam a previsibilidade do setor, em um momento marcado pela busca por eficiência e competitividade no Brasil e no mercado global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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