Governo e JBS investem R$ 6,5 mi em pesquisa de proteína cultivada
O governo brasileiro, por meio da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), está investindo R$ 6,5 milhões para viabilizar a produção de proteína cultivada. O objetivo da iniciativa é criar uma cadeia de suprimentos para novos ingredientes alternativos, respondendo à crescente demanda global por alimentos mais nutritivos e sustentáveis.
O projeto é financiado pela modalidade Basic Funding Alliance (BFA), que destina recursos não reembolsáveis a pesquisas de desenvolvimento com baixo nível de maturidade tecnológica.
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Iniciada no final de 2023, a pesquisa tem duração prevista de dois anos e envolve a participação de três Institutos SENAI de Inovação: o Instituto de Inovação em Sistemas Embarcados (Florianópolis), o SENAI CIMATEC (Salvador) e o Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras (Rio de Janeiro).
Além disso, a JBS Biotech, centro de inovação da JBS, participa em conjunto com a Duas Rodas, empresa especializada em bioativos naturais, e startups como a BiomeHub (Florianópolis) e a AlgaSul (Rio Grande).
O projeto busca superar desafios técnicos como a substituição do soro fetal bovino e a criação de ingredientes de origem não animal, que sejam sustentáveis e apresentem características sensoriais semelhantes à carne tradicional.
A integração de inteligência artificial para otimizar a análise de dados será uma peça-chave nesse processo. Segundo Leonardo Oliveira, gerente de operações do Instituto de Sistemas Embarcados, a pesquisa visa identificar fontes de ingredientes alternativos que sejam sustentáveis e viáveis economicamente.
Essa colaboração entre instituições de pesquisa, empresas e startups explora tanto a pesquisa básica quanto aplicada, fortalecendo o ecossistema de inovação no Brasil. O projeto é visto como uma oportunidade para desenvolver tecnologias que, no futuro, poderão contribuir para a neoindustrialização do setor alimentício, oferecendo produtos inovadores e que atendam às necessidades da população.
A pesquisa conta com o trabalho de 31 profissionais de áreas como engenharia química, biomedicina, bioinformática, entre outras. Um dos diferenciais é o uso de ciências ômicas, tecnologia avançada que pode trazer inovações robustas para a indústria de alimentos, segundo a gestora técnico-científica Karine Lena Meneghetti. A expectativa é que até 2030 seja possível, do ponto de vista científico, desenvolver ingredientes vegetais e microbianos para a carne cultivada. Contudo, será necessário lidar com questões regulatórias e continuar o fomento a pesquisas.
Ao final do projeto, espera-se desenvolver ferramentas baseadas em sequenciamento genético, análises químicas e moleculares, que ajudarão a identificar ingredientes alternativos promissores para a produção de proteína cultivada.
Fonte: Compre Rural
Imagem: Freepik