Indústria de suco de laranja investe em inovações sustentáveis
O Brasil, maior produtor mundial de suco de laranja, está implementando inovações para o aproveitamento total das frutas, incluindo cascas, polpa, sementes, gominhos, flores, folhas e bagaço. Essas iniciativas resultam em produtos de alto valor agregado como hambúrgueres e ketchup plant-based, combustíveis de biomassa e medicações cardiovasculares.
Empresas do setor, em parceria com universidades e instituições públicas, têm investido em pesquisas para uma produção sustentável e lucrativa, reduzindo o desperdício e aumentando a produtividade na cadeia de citrus. Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Citrus BR, ressalta a origem sustentável dos produtos como diferencial competitivo.
A Citrosuco, responsável por 22% do suprimento mundial de suco de laranja, utiliza excedentes para criar mais de 90 produtos, incluindo ketchup, maionese, smoothies e hambúrguer vegano. Apenas metade da produção total do Brasil é convertida em suco, enquanto o restante é destinado a produtos de maior valor agregado, como pectina e fragrâncias.
Vale destacar que a empresa também fornece matéria-prima para a Evera, uma multinacional do grupo com um portfólio de 18 itens e faturamento estimado em US$ 150 milhões. A Evera projeta competir em um mercado de US$ 12 bilhões, com crescimento anual previsto entre 7% e 12%.
Outro ponto relevante é que a Citrosuco produz o “Fiberfeel”, um texturizante natural extraído da laranja, utilizado em geleias, pães, doces, molhos e recheios. Há ainda o produto chamado “Tastelift”, oriundo da casca da fruta, que realça o sabor de sucos, néctares, molhos e sobremesas.
A utilização total das frutas é uma tradição nas fazendas brasileiras, potencializada pelo turismo rural, com destaque para confeitaria e óleos essenciais. Além disso, resíduos de laranja têm sido utilizados para produzir extratos de proteção cardiovascular, conforme pesquisa da Unicamp, que indica potencial industrial e redução de descartes ambientais.
Entretanto, a produção de citrus no Brasil deve enfrentar uma queda na safra 2024/2025 devido à seca e mudanças climáticas. O Fundecitrus prevê uma colheita de 232,38 milhões de caixas, 24,36% a menos que a safra anterior. Investimentos em tecnologia de irrigação têm sido a resposta dos produtores para mitigar esses efeitos.
Este movimento de aproveitamento integral da laranja e o investimento em tecnologia demonstram a capacidade do setor de se adaptar e inovar, garantindo sustentabilidade e novas oportunidades de mercado.
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Indústria de bebidas inova e busca sustentabilidade na embalagem
A Aldi recentemente lançou vinho em garrafas feitas com 94% de cartão reciclado, seguindo a decisão pioneira da Absolut Vodka de comercializar garrafas de papel em junho de 2023. Segundo a GlobalData, a sustentabilidade, economia e interrupções no fornecimento de vidro impulsionaram essa mudança na indústria de bebidas.
Neralla Rama Ravi Teja, analista de consumo da GlobalData, destaca que “a sustentabilidade tornou-se uma preocupação importante tanto para fabricantes como para consumidores”. As garrafas de papel da Frugalpac têm uma pegada de carbono cerca de seis vezes menor que as tradicionais de vidro.
A crise no fornecimento de vidro, exacerbada pela crise Rússia-Ucrânia, tem levado fabricantes de bebidas a buscar alternativas mais leves. O aumento nos preços dos combustíveis e perturbações na cadeia de abastecimento intensificaram a necessidade de reduzir o peso das embalagens para diminuir o consumo durante o transporte.
Além disso, a conveniência e facilidade de transporte impulsionam a demanda por embalagens mais leves. Bebidas alcoólicas em latas metálicas e garrafas de papelão oferecem mais flexibilidade, especialmente com a crescente tendência de delivery.
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Fonte: www.bol.uol.com.br/
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