Agroecologia: nova diretriz do mercado de ingredientes
A 26ª edição da Food ingredients South America (FiSA), a maior feira de negócios do setor de ingredientes para as indústrias de alimentos e bebidas na América do Sul, encerra nesta quinta-feira (8). Um dos assuntos de destaque do evento é a agroecologia.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a agroecologia é fundamental para garantir a segurança alimentar e nutricional, especialmente diante dos desafios globais impostos pelas mudanças climáticas e pela crescente demanda por alimentos.
Adotando uma abordagem sustentável, a agroecologia integra princípios ecológicos e sociais na produção de alimentos, promovendo biodiversidade e equilíbrio ambiental. Diferentemente dos métodos convencionais, essa prática valoriza ciclos naturais e a integração aos ecossistemas, resultando na redução do uso de insumos químicos, menor dependência de combustíveis fósseis e maior resiliência das produções.
Lorenz apresenta inovações à base de mandioca na FiSA 2024
No Brasil, a agroecologia se fortalece como alternativa para o desenvolvimento sustentável, respaldada por políticas públicas e iniciativas de organizações não governamentais. A FiSA 2024, centro de inovação, sustentabilidade e tecnologia no mercado de ingredientes para alimentos e bebidas, reúne diversos expositores com iniciativas agroecológicas.
Empresas como SL Alimentos e Herbaltec, signatárias do Pacto Global da ONU, comprometem-se com objetivos de desenvolvimento sustentável a serem alcançados até 2030, incluindo consumo e produção responsáveis, ação climática, erradicação da fome e promoção da agricultura sustentável.
Para Giuliano Xavier, diretor da Herbaltec, o debate e a adoção de processos e certificações sustentáveis são fundamentais não apenas globalmente, mas também para o posicionamento no mercado. “As empresas que não se preocuparem com essas pautas vão acabar sendo prejudicadas”, afirma.
A Herbaltec destaca iniciativas como o uso de fontes de energia renováveis, logística reversa de resíduos e embalagens, aproveitamento de subprodutos na produção e parcerias com pequenas comunidades produtoras, transformando resíduos de matérias-primas em alimentos e ingredientes nutritivos.
Outro projeto de destaque é o Bio Abundância, da Concepta Ingredients, que estabelece parcerias e incentiva o desenvolvimento de cooperativas e pequenos produtores de ingredientes da biodiversidade brasileira, como açaí, babaçu, cupuaçu e patauá. “Os consumidores finais buscam cada vez mais produtos que vão além do ‘produto pelo produto’”, explica Giovanna Cappellano, coordenadora de ESG da empresa. O projeto desenvolve atividades em seis estados brasileiros, nos biomas da Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, com mais de 550 mil hectares de conservação indireta e impacto em mais de 6,5 mil famílias.
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