Refeições menores e nutritivas: indústria reage ao efeito Ozempic
A indústria alimentícia está reestruturando suas ofertas em resposta ao impacto dos medicamentos GLP-1, como o Ozempic, que suprimem o apetite. Grandes empresas, incluindo Nestlé, Conagra, Campbell Soup e Danone, têm direcionado seus produtos para atender às novas demandas dos consumidores, oferecendo porções menores e alimentos mais nutritivos, de acordo com a Bloomberg.
Inicialmente, o uso de GLP-1, que reduz o apetite e, consequentemente, o consumo de alimentos, gerou preocupações na indústria. No entanto, grandes marcas encontraram oportunidades ao adaptar suas estratégias para produtos que atendem à necessidade de refeições menores e com maior valor nutricional.
Ozempic e adaptação das empresas às novas demandas
A Nestlé lançou a linha Vital Pursuit, refeições congeladas voltadas para usuários de GLP-1, como o Ozempic. A Conagra também ajustou sua comunicação, destacando o teor proteico de suas refeições individuais das marcas Healthy Choice e Marie Callender’s, que têm mostrado crescimento nas vendas.
A Campbell Soup observou uma oportunidade ao destacar que suas sopas e sucos, como o V8, se adequam às necessidades dos consumidores que buscam refeições leves e de fácil digestão. O CEO da empresa, Mark Clouse, afirmou que mesmo com porções menores, há espaço para snacks ocasionais, como biscoitos Milanos e lanches Goldfish, que continuam atendendo a essa demanda.
A Danone segue a tendência com produtos que se alinham ao interesse crescente por alimentos saudáveis. O CEO Antoine de Saint-Affrique destacou que o iogurte, reconhecido pelos benefícios à saúde intestinal, se adequa ao perfil de consumidores de GLP-1.
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Tendência de mercado para alimentos saudáveis
O movimento de adaptação das empresas reflete uma tendência mais ampla no mercado de alimentos saudáveis, que não se limita aos consumidores de medicamentos para perda de peso. As empresas vêm investindo em pesquisa e desenvolvimento para posicionar seus produtos como parte de uma alimentação mais saudável e que complementa tratamentos de emagrecimento.
Mesmo as fabricantes de snacks, como a Kellanova, responsável pelos Pringles, indicaram que não esperam grandes impactos no consumo desses produtos. Segundo a consultoria Oliver Wyman, a indústria como um todo está se ajustando para aproveitar o aumento da demanda por alimentos mais saudáveis e para se reposicionar como aliada na busca por hábitos alimentares melhores e controle de peso.
Fonte: Exame
Imagem: Freepik