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Bel avança na produção de proteína láctea alternativa

A proteína láctea alternativa ganhou um novo marco com a produção industrial de caseína recombinante a partir do soro de leite, resultado da colaboração entre o Grupo Bel e a startup francesa Standing Ovation. A iniciativa transforma um dos maiores resíduos da cadeia queijeira em um ingrediente de alto valor, ampliando eficiência ambiental e abrindo caminho para novas aplicações em laticínios de nova geração.

Soro de leite vira fonte alternativa de proteína

Transformação do soro de leite em ingrediente de alto valor

O soro de leite representa até 90% do volume processado pelas fábricas de queijo e, globalmente, gera cerca de 180 a 190 milhões de toneladas por ano. Parte desse material é reaproveitada, mas uma fração ainda significativa é descartada — um processo caro e ambientalmente sensível.

A Standing Ovation utiliza fermentação de precisão para converter esse resíduo em proteína láctea alternativa, reproduzindo a estrutura da caseína por meio de microrganismos programados para sintetizar a molécula durante a fermentação. A startup emprega o soro ácido da própria Bel, otimizando um ciclo fechado de valorização.

Segundo a empresa, não há traços de lactose no pó de caseína recombinante obtido pelo processo. Por ser uma proteína bioidêntica, porém, ela não é indicada para alérgicos a derivados lácteos.

Impactos ambientais e ganhos para a indústria

Uma avaliação de ciclo de vida certificada por ISO mostra que o processo reduz em 74% as emissões, em 99% o uso de terra e em 68% o consumo de água em comparação à produção tradicional de caseína. Para a indústria, o modelo atende às metas de descarbonização e à crescente pressão regulatória sobre o descarte de subprodutos.

A Bel avalia a adoção da proteína láctea alternativa como parte da estratégia para eliminar o desperdício de alimentos e valorizar 100% dos resíduos gerados. A empresa também mira a redução de 25% das emissões de escopo 3 até 2035.

Reposicionamento estratégico da Bel

O movimento acontece em um momento de reestruturação do portfólio. A companhia retirou a marca de queijos veganos Nurishh do mercado e passou a priorizar suas linhas centrais, que também incluem alternativas não lácteas. A meta da Bel é atingir, até 2030, 50% das vendas provenientes de produtos plant-based ou derivados de frutas, apoiando-se em tecnologias como fermentação e maturação avançada.

Escala industrial e próximos passos

A validação da tecnologia em escala industrial reforça a viabilidade do modelo e prepara a Standing Ovation para ampliar gradualmente a produção. A empresa já trabalha em parceria com a Ajinomoto Foods Europe para cofabricar a caseína recombinante em uma planta no norte da França.

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Com a conversão de resíduos em proteína láctea alternativa, Bel e Standing Ovation oferecem ao setor de alimentos um exemplo concreto de economia circular aplicada aos laticínios — e uma nova rota tecnológica para ingredientes funcionais com menor impacto ambiental.

Fonte: www.greenqueen.com
Imagem: Reprodução

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