ELOS DA CADEIA DE ALIMENTOS: UNI-VOS!
São inúmeras as previsões relacionadas aos acontecimentos que irão ocorrer este ano. Ainda, vários sentimentos tomam o mercado desde que a pandemia começou, tais como: ansiedade, cautela e ousadia. Mas uma coisa é inegável: a sensação de estarmos em rede. Todos as ações dos indivíduos exercem determinada influência no outro (aprendemos isso em 2020) e, como em todo momento de crise, há esperança de que juntos podemos ser mais fortes. Ou seja, todos os elos da cadeia de alimentos em cooperação.
O objetivo final é sempre de prover alimentos para a população, todos os elos trabalham com esse mesmo foco, muito embora estejamos sempre separados em eventos, congressos e até mesmo em discussões de mesa de bar. Entre nós, alguns desses elos são: a indústria de alimentos, provendo ingredientes e alimentos processados; a agricultura nos fornecendo matéria-prima natural e o Food Service (restaurantes, padarias, buffets e bares) transformando os alimentos em comida. Todos são elos com o mesmo propósito e parte da cadeia. Mas, aqui ainda faltam muitas pecinhas pra fecharmos esse quebra-cabeça do ecossistema da cadeia de alimentos.
Indústria de alimentos e Food Service
Estamos em um momento inédito, visto que o ato de alimentar-se foi parar exclusivamente dentro de casa, repentinamente. Do lado de cá, a indústria de alimentos colocou mais produtos nas prateleiras do mercado do que em qualquer outra época. Do lado de lá, o Food Service se reinventa com o aumento do consumo a partir do delivery. Por esse motivo, os restaurantes tiveram que adaptar-se para conseguir enviar uma experiência gastronômica semelhante ao consumo local. Os consumidores durante a pandemia, ora se arriscam na cozinha, ora querem simplesmente abrir mais uma embalagem do IFood. O trajeto do delivery consiste nestes processos: cozinhar, sacolejar na traseira de uma moto e servir. Portanto, o desafio se apresenta não apenas para a batatinha murcha, mas também para a experiência comensal como um todo.
Dessa forma, é possível realizar um questionamento: na Belle Époque da inovação brasileira, o que nós podemos fazer para ajudar esse setor? A rede de restaurantes do Outback arriscou-se em levar sua sobremesa mais famosa aos supermercados. E, o Mocotó, restaurante nordestino mais famoso de São Paulo tem sua própria linha de empório. É nesse tipo de parceria feita com uma indústria alimentícia (que tem a experiência de produção), que podemos levar a experiência do restaurante de uma maneira autêntica para a casa de mais e mais pessoas. Além disso, podemos desafogar as pequenas cozinhas dos restaurantes através da terceirização de parte dos processos. Não se trata de industrializar os produtos, mas possibilitar o crescimento em escala. E o que a indústria pode aprender com o Food Service e a arte de fazer comida? Veja só como foi interessante quando os emprestamos um dos frasquinhos da nossa biblioteca de aromas: o tal do aroma de fumaça. Chefs e cozinheiros criaram e elevaram pratos interessantíssimos. Agora, imagina se nós os convidássemos a co-criar? Desenvolvendo novos produtos e novas comidas em nossos laboratórios que são apenas cozinhas equipadas? Co-branding e Cross-category.
Historicamente, sempre que enfrentamos uma crise, existe um aumento de produtos lançados em Co-branding. Para explicar, Co-branding é a união entre duas marcas reconhecidas para desenvolver um produto em comum. Essa é uma estratégia interessante, que divide riscos e pode aumentar a rentabilidade. Esse tipo de parceria não é nova, como por exemplo a marca Ovomaltine presente no MilkShake do Bob´s e do McDonalds, no sorvete Diletto e nos biscoitos Bauducco. Mas talvez a combinação fique interessante mesmo, quando as duas marcas não estão na mesma categoria de consumo. Sendo assim, temos um produto Cross-category. É o caso dos belos sucos Pressed em parceria com a Vogue, ou do protetor labial Bonne Belle, sabor refrigerante Dr Pepper, sucesso nos EUA desde 1975. Aqui abre-se um universo de possibilidades de parcerias entre uma marca de cosméticos com uma de alimentos. Afinal, a beleza está no que você consome?
Inovação aberta
Todos os tipos de parcerias citadas fazem parte de uma tendência inabalada pela pandemia e potencializada pela crise: a inovação aberta. Precisamos deixar o medo pra lá, pois juntos vamos mais longe, colaborando onde cada um é o especialista. Vamos assinar mais acordos e nos abrir para mais conversas e insights, não só do nosso setor, mas de qualquer outro lugar, visto que nossos consumidores são os mesmos.
Unidos por um sentimento de esperança, nossa aposta para o ano de 2021 é que a indústria de alimentos e todos os outros setores se unam para que o melhor possa surgir.