O I Simpósio Amazônia Viva, realizado em Belém (PA) entre 10 e 12 de abril, promoveu debates sobre a produção de alimentos na região amazônica, sob os pilares da sustentabilidade ambiental e da inovação. Promovido pela Universidade Federal do Pará (UFPA), o evento contou com a presença de instituições de pesquisa, incluindo a Embrapa Amazônia Oriental, empreendedores locais, representantes de comunidades tradicionais e gestores públicos.

Gustavo de Araújo Pereira, presidente do Simpósio e pesquisador da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UFPA, ressaltou a necessidade de conectar os diversos atores envolvidos na cadeia de produção alimentar na Amazônia, destacando que a alimentação está intrinsecamente ligada à cultura local.

Um dos pontos centrais dos debates foi a busca por caminhos sustentáveis para a produção de alimentos no Pará e na Amazônia. Fábio Barbieri, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Oriental, apontou três passos fundamentais nesse sentido: aprimoramento dos sistemas produtivos, valorização dos produtos da sociobiodiversidade e implementação de políticas públicas.

Barbieri destacou os Sistemas Agroflorestais (SAFs) em Tomé-Açu, no nordeste paraense, como um exemplo de produção eficiente tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental, enfatizando a diversidade de culturas envolvidas e seu impacto positivo na renda dos produtores.

Gustavo Pereira, da UFPA, ressaltou a necessidade de agregar valor aos produtos da biodiversidade amazônica, apontando que apenas 3% do que é processado pela agroindústria brasileira são de plantas nativas. Ele salientou a importância de levar conhecimento às comunidades para que possam comercializar seus produtos com maior valor agregado.

Marcel Botelho, da Fapespa, enfatizou o papel crucial da ciência e da inovação para o desenvolvimento da região amazônica, destacando a necessidade de investimento e fortalecimento das estruturas de pesquisa locais.

Milkson Campelo, da Fundação Guam, ressaltou a importância da conexão entre os diversos atores do ecossistema de inovação, enfatizando o papel do PCT Guamá nesse contexto.

Fábio Barbieri concluiu chamando a atenção para a importância das políticas públicas no apoio às comunidades no acesso às tecnologias de produção, destacando a necessidade de maior integração e comunicação sobre a relevância da ciência para a sociedade.

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Fonte: Embrapa
Foto: Reprodução