A Coca-Cola entra no mercado de refrigerantes prebióticos com o lançamento do Simply Pop, uma nova bebida funcional disponível em cinco sabores frutados. Sob a marca Simply, o produto será lançado no final de fevereiro de 2025 em regiões selecionadas e via Amazon Fresh. Cada lata slim de 355 ml custará US$ 2,49 (R$ 14,20) e trará seis gramas de fibra prebiótica, além de zinco e vitamina C.

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Diferente dos probióticos, que contêm microrganismos vivos benéficos para a saúde intestinal, os prebióticos são fibras não digeríveis que estimulam o crescimento dessas bactérias no intestino.

Esse é o primeiro movimento da Coca-Cola na categoria, que vem crescendo rapidamente, mas ainda representa uma fatia pequena da indústria de refrigerantes. A entrada acontece após rumores de que a empresa considerou adquirir a Poppi, uma das marcas líderes do setor, sem chegar a um acordo.

Expansão do mercado

O segmento de refrigerantes prebióticos nos EUA atingiu US$ 820 milhões (R$ 4,67 bilhões) em vendas no varejo, representando cerca de 2% do mercado total de refrigerantes, estimado em US$ 42,4 bilhões (R$ 241,56 bilhões). O principal analista de bebidas do Citi, Filippo Falorni, afirmou à Fortune que a categoria mais que dobrou de tamanho em um ano, mas ainda é pequena.

O espaço é dominado por startups como Olipop e Poppi, que cresceram com a demanda por produtos que promovem a saúde intestinal. A Poppi, por exemplo, alcançou US$ 100 milhões (R$ 569,7 milhões) em vendas até o final de 2023, tornando-se a marca mais vendida na categoria “refrigerantes” da Amazon. No entanto, enfrenta desafios legais devido a alegações sobre os benefícios à saúde de seus produtos.

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Desafios e ceticismo

O crescimento dos refrigerantes prebióticos acompanha a tendência das bebidas funcionais, impulsionada por consumidores millennials e da geração Z, que buscam alternativas mais saudáveis. No entanto, especialistas questionam a real eficácia desses produtos.

“Não acho que devemos procurar refrigerantes ou alimentos processados para apoiar nossa saúde intestinal“, afirmou Caitlin Dow, cientista sênior de nutrição no Center for Science in the Public Interest, em entrevista à NBC. Segundo ela, opções como Poppi e Olipop são “melhores que um refrigerante comum, mas realmente benéficos para o intestino? Eu duvido.”

A aposta da Coca-Cola

A decisão da Coca-Cola de desenvolver sua própria linha em vez de adquirir uma marca já estabelecida demonstra confiança no potencial dos refrigerantes funcionais. Segundo Falorni, concorrentes como a Pepsi podem seguir o mesmo caminho.

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Ainda assim, há incertezas. Muitas subcategorias de bebidas tiveram crescimento acelerado, mas perderam força após alguns anos. O Simply Pop também representa um teste para a gigante avaliar o interesse dos consumidores em refrigerantes funcionais sob uma marca já consolidada.

Com sua forte rede de distribuição e poder de marketing, a Coca-Cola pode impulsionar a adoção do produto. No entanto, terá que provar que o Simply Pop não é apenas mais uma tendência passageira – como aconteceu com o Coca-Cola Spiced, retirado do mercado após seis meses devido à baixa aceitação.

Fonte: Estadão
Imagem: Reprodução