O que está mudando no setor de bebidas em 2025

As bebidas estão passando por uma das maiores reconfigurações da história recente. O domínio das gigantes tradicionais cede espaço para marcas emergentes, impulsionadas por novos hábitos de consumo, inovação tecnológica e demandas por funcionalidade e saúde. Do vinho à água com lúpulo, o que está em jogo é a forma como os consumidores querem se hidratar, socializar e se cuidar.
Cervejarias investem R$ 17,5 bilhões no mercado premium
A ascensão das bebidas não alcoólicas
Durante décadas, não consumir álcool era sinônimo de opções limitadas. Hoje, essa lógica foi virada do avesso. Cervejas sem álcool, destilados artesanais e águas gaseificadas infusionadas com ingredientes funcionais transformaram o segmento. Para Jordan Bass, CEO da HOP WTR, o cenário é claro: “As pessoas querem variedade, e querem bebidas que façam algo por elas”.
Segundo a Grand View Research, o setor de bebidas não alcoólicas deve crescer 7,4% ao ano até 2030 — um ritmo próximo ao das bebidas alcoólicas (9,3%). Movimentos como o sober curious, popular entre as gerações A e Z, mostram que moderação não é uma tendência pontual, mas um novo estilo de vida. E com isso surgem oportunidades: produtos voltados para relaxamento, foco, hidratação e energia, sem os efeitos do álcool.
Concorrência acirrada no novo corredor de bebidas
Marcas como Liquid Death, Olipop e Poppi provaram que inovação não se limita ao sabor: branding, posicionamento e propósito são centrais para atrair o consumidor. O desafio agora é se destacar em um setor onde tanto os players tradicionais quanto os novos entrantes competem pelo mesmo espaço nas gôndolas.
“Você não compra espaço na prateleira, você conquista”, resume Bass. Ele projeta que as bebidas não alcoólicas podem representar de 10% a 20% do mercado total de cerveja nos próximos anos.
O futuro do vinho passa por tecnologia e novos canais
Enquanto as alternativas ao álcool ganham força, o setor vinícola busca se reinventar. A queda de consumo global e as restrições regulatórias desafiam produtores, principalmente os menores. Para Roger Nabedian, ex-executivo da E&J Gallo Winery e hoje membro do conselho da DRINKS, o modelo tradicional de distribuição nos EUA dificulta o acesso ao consumidor.
Soluções digitais e inteligência artificial têm sido aliadas das vinícolas na personalização de ofertas e na otimização logística. “Dados são o novo sommelier”, afirma Zac Brandenberg, CEO da DRINKS. O uso de IA também se estende à produção: tratores autônomos, agricultura de precisão e canais diretos ao consumidor são algumas das frentes em expansão.
Funcionalidade como novo padrão
A demanda por bebidas que combinem sabor, saúde e praticidade abriu espaço para marcas como a BRĒZ, que aposta em bebidas funcionais com foco em cognição e bem-estar. “Não é sobre ser ‘sem álcool’, mas sobre o que você entrega”, diz Aaron Nosbisch, CEO da empresa.
Startup desenvolve tecnologia para vinhos com menos álcool
Adaptógenos, nootrópicos, eletrólitos e compostos botânicos aparecem cada vez mais nas formulações. E o acesso ficou mais fácil: essas bebidas deixaram de ser exclusividade de lojas especializadas e hoje estão presentes em supermercados, empórios e até postos de gasolina.
Fonte: Forbes
Imagem: Freepik