Confira soluções criativas para enfrentar a crise na cadeia de cacau
A cadeia de suprimentos de cacau enfrenta uma crise significativa, marcada por um aumento de até 30 a 40% no custo das matérias-primas e um acréscimo de 15% nos preços de varejo. Essa conjuntura é impulsionada pelas mudanças climáticas, que estão causando um aumento de temperatura e uma redução na precipitação, especialmente em regiões-chave como Gana e Costa do Marfim, responsáveis por cerca de 60% da produção mundial de cacau. Esses fatores climáticos, combinados com inundações sazonais, têm permitido a proliferação de doenças e parasitas que afetam as plantações de cacau.
Além disso, observa-se um aumento preocupante do trabalho infantil na indústria, com a taxa na África Ocidental subindo de 31% para 45% entre 2008 e 2019. Estima-se que 1,5 milhão de crianças estejam sendo exploradas na região. Instabilidade geopolítica e o aumento dos custos de transporte e energia também introduzem desafios adicionais nesse cenário complexo.
Essas questões destacam a necessidade de inovação na cadeia de suprimentos de cacau. Duas startups italianas, selecionadas através do programa de aceleração de tecnologia alimentar FoodSeed, estão se destacando nesse contexto desafiador.
A Foreverland desenvolveu o Freecao, uma alternativa ao cacau feita de alfarroba, uma cultura resiliente nativa do Mediterrâneo. Comparado ao cacau convencional, o Freecao reduz as emissões de carbono em 80% e o uso de água em 90%. O chocolate Freecao é vegano, livre de cafeína e possui menos açúcar que o chocolate regular. Como um marco inovador, a marca lançou o que é considerado o primeiro ovo de chocolate sem cacau do mundo, especialmente para a Páscoa.
Outra startup, a Trusty, está desenvolvendo infraestruturas digitais para tornar as cadeias de suprimentos agroalimentares transparentes, utilizando a tecnologia blockchain. Atualmente, a Trusty está colaborando com partes interessadas da indústria do cacau em várias nações, incluindo agricultores, cooperativas e operadores logísticos. Essa tecnologia está alinhada com regulamentações europeias, como a EUDR, e promove transparência no comércio internacional.
Neste período de Páscoa, a Trusty está colaborando com a renomada chef de confeitaria italiana Loretta Fanella para lançar o primeiro ovo de chocolate rastreado por blockchain. O ovo apresenta um código QR que certifica suas origens sustentáveis. A massa de cacau usada na produção do ovo é adquirida por meio do marketplace da Trusty, que facilita a compra de cacau ético pelas empresas.
Essas iniciativas buscam solucionar os desafios atuais na cadeia de suprimentos de cacau e também promovem a ética, a sustentabilidade e a inovação. Apoiadas por investidores e co-investidores como a Fondazione Cariverona, UniCredit e Eatable Adventures, estas startups estão impulsionando uma mudança significativa em direção a uma cadeia de produção de chocolate mais ética, sustentável e inovadora, enfrentando os desafios emergentes sob o banner da Inovação Aberta.
Alberto Barbari, VP Regional da Itália da Eatable Adventures, ressalta: “O setor de cacau possui importância fundamental tanto na gastronomia quanto nas economias dos países europeus. No entanto, é evidente que há uma necessidade de redefinir o futuro de toda a cadeia de suprimentos, que hoje está entre as mais insustentáveis globalmente.”
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