A startup brasileira Aravita desenvolveu um algoritmo de inteligência artificial (IA) que reduziu em 20% o desperdício de vegetais no varejo. A tecnologia auxilia supermercados na gestão de hortifrutis, analisando fatores como demanda, estoque, condições climáticas e histórico de compras para recomendar quantidades ideais de reposição.

St Marche adota IA para reduzir desperdícios em supermercados

O desperdício de alimentos é um problema significativo no Brasil. Apenas no estado de São Paulo, 65% das frutas, legumes e verduras produzidos acabam no lixo. Parte desse descarte ocorre porque produtos considerados fora do padrão para exposição são retirados das gôndolas antes mesmo de estarem impróprios para consumo.

A Aravita, fundada em 2022 pelo economista Marco Perlman e pelos engenheiros Bruno Schrappe e Aline Azevedo, busca equilibrar oferta e demanda sem comprometer as vendas. Segundo Perlman, “se o varejista cortar demais, pode atrapalhar a jornada do consumidor”.

O algoritmo da startup utiliza técnicas avançadas de deep learning e reinforcement learning para cruzar variáveis como datas de entrega, sazonalidade e fluxo de clientes. A tecnologia já está em operação na rede St. Marche, que adotou o sistema em 33 lojas e conseguiu reduzir em 30% a ruptura de estoque, ou seja, a falta de produtos nas prateleiras.

Além de prever a melhor quantidade de compra, a IA também ajusta as recomendações com base em eventos imprevistos, como alagamentos que possam impactar as vendas. Atualmente, a Aravita busca expandir sua atuação para outras redes de supermercados, adaptando seu modelo para diferentes perfis de operação.

UE impõe novas regras para reduzir desperdício de alimentos

Globalmente, soluções baseadas em IA estão sendo adotadas para combater o desperdício de alimentos. Empresas como a americana Strella Biotech utilizam sensores para indicar o momento ideal para comercialização de frutas, enquanto a irlandesa Positive Carbon analisa resíduos em cozinhas comerciais para otimizar processos.

A aplicação da IA na gestão de alimentos ainda está em desenvolvimento, mas já demonstra impactos positivos na redução de perdas e na eficiência do varejo.

Fonte: Neofeed
Foto de Dan Cristian Pădureț na Unsplash