Demanda por proteínas alternativas impulsiona sustentabilidade
A produção de proteínas alternativas é uma solução viável para enfrentar desafios como o crescimento populacional, a insegurança alimentar e as mudanças climáticas. A necessidade de reduzir os riscos nas cadeias de suprimento e nos métodos de produção de alimentos nunca foi tão urgente.
Um relatório do Boston Consulting Group (BCG) e Blue Horizon Corporation (BHC) projeta que o mercado de produtos alternativos à carne, ovos, laticínios e frutos do mar atingirá pelo menos $290 bilhões até 2035. Este crescimento será impulsionado por alternativas baseadas em plantas, microrganismos e células animais.
Atualmente, o mercado de proteínas alternativas produz 13 milhões de toneladas métricas por ano. Esse número deve crescer para 97 milhões de toneladas métricas até 2035, representando 11% do mercado global de proteínas. Com inovações tecnológicas rápidas, esse percentual pode subir para 22%.
Potencial das proteínas alternativas
Economias de alta renda e dependentes de importações estão investindo em proteínas alternativas, que podem fortalecer a produção doméstica de forma eficiente e resiliente a choques econômicos. As proteínas alternativas abrangem várias fontes, desde proteínas à base de plantas até carne cultivada a partir de culturas celulares e insetos. Elas são divididas em três categorias principais:
- Proteínas à Base de Plantas
Utilizam ingredientes vegetais para imitar produtos de origem animal, como soja, ervilha e aveia, transformados em hambúrgueres, salsichas e substitutos de laticínios.
- Proteínas Baseadas em Células
Envolvem o cultivo de células animais em ambientes controlados para produzir produtos com menor impacto ambiental.
- Fermentação de Precisão
Utiliza microrganismos e fermentação para recriar proteínas animais, como caseína e soro de leite, diretamente de microrganismos. Cientistas programam leveduras ou bactérias com instruções genéticas para produzir proteínas idênticas às encontradas em produtos de origem animal.
Inovações no Brasil
A JBS está construindo o primeiro centro de inovação e pesquisa para o desenvolvimento de carne cultivada em laboratório no Brasil, previsto para inauguração no final de 2024.
A startup Cellva produz gordura de porco, enquanto a Future Cow utiliza engenharia de microrganismos e fermentação de precisão para produzir proteínas do leite e soro de leite.
Utilizando o DNA da vaca, a Future Cow codifica leveduras para produzir caseínas idênticas às proteínas das vacas. Essas proteínas podem ser reconstituídas com água, minerais, gordura e aromatizantes para criar leite sem origem animal ou serem usadas como ingredientes em produtos lácteos, como queijos, chocolates e sorvetes.
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Governo cria grupo para debater proteínas alternativas
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) formou no mês de maio um grupo técnico de trabalho (GTT) para discutir avanços e propostas regulatórias para novos sistemas alimentares e ingredientes contemporâneos, incluindo proteínas alternativas. Esse passo visa promover a inovação no setor agropecuário e apoiar a transição para uma economia de baixo carbono.
A proposta será discutida na câmara temática de transformação digital do agro, alinhando-se ao novo marco regulatório em elaboração pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Mapa desde o ano passado. O GTT busca promover o alinhamento entre reguladores e regulados, integrando proteínas alternativas à agenda do agronegócio.
Paulo Silveira, coordenador do GTT e fundador do Food Tech Hub Latam, destacou que o maior objetivo é aproveitar a biodiversidade brasileira para abrir novos mercados, enfrentando desafios da cadeia de alimentos com novos ingredientes e proteínas alternativas. Essas proteínas, feitas à base de plantas, células cultivadas ou fermentação, criam produtos análogos aos de origem animal, como carne e laticínios.
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Fonte: startups.com.br
Imagem: Freepik