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TENDÊNCIAS

Você já parou para pensar qual será o futuro do chocolate?

Com espaço para crescer, o doce queridinho dos brasileiros ganha novas possibilidades de consumo.

O mercado investe em combinações ousadas para atrair o paladar do consumidor, mas qual o tipo de chocolate é ideal para meu produto? Entre os meses de janeiro e setembro de 2020, a taxa de penetração da categoria de chocolates na casa dos brasileiros atingiu o patamar de 90,1 %, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Kantar encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (ABICAB). Os dados também apontaram que a média mensal dos consumidores do alimento é de 55,4 % no país. Ainda segundo a pesquisa, o chocolate faz parte da lista de compras de 82,6% dos lares no Brasil. 75 % da população brasileira consome chocolate. Dentro destes, a versão ao leite é a preferida, seguida pelas versões branco e meio amargo. Porém, a mesma pesquisa da ABICAD apontou que essa realidade tende a mudar, já que houve um crescimento de 30 % no consumo de chocolates com alto teor de cacau.

Os tipos de chocolates e suas principais diferenças:

1 – Chocolate branco: não tem cacau e apresenta mais açúcar e gordura em sua composição. A gordura, proveniente da elevada quantidade de manteiga de cacau, dá à versão um alto valor energético. Além disso, esta versão é isenta de cafeína.

2 – Chocolate ao leite: é o mais comum e tem uma dose de cacau, leite e açúcar. Em calorias, ele leva vantagem por não possuir a gordura hidrogenada em sua fórmula, mas, por outro lado, é o que leva desvantagem em relação à quantidade de cacau.

3 – Chocolate meio amargo: apresenta um teor de cacau entre 40% e 55%, com menos concentração de manteiga de cacau e açúcar. Indicado para o aumento do bom colesterol (LDL) e melhora da circulação sanguínea, concentra boas doses de magnésio, ferro e selênio. Além disso, ajuda a acelerar o metabolismo e a controlar o apetite.

4 – Chocolate negro ou amargo: é o que tem uma maior concentração de cacau, variando entre 60 % a 85 %, além de conter menos açúcar e gordura em sua formulação. Concentra todos os benefícios proporcionados pelo meio amargo. A recomendação é de aproximadamente trinta gramas por dia.

5 – Chocolate Ruby: Sem corantes ou aditivos químicos em sua composição, o Ruby é feito do cacau cujas sementes são rosadas, por isso a sua cloração natural rosa. Possui teor de cacau por volta de 50% – equivalente ao meio amargo – e textura macia proveniente da concentração de gordura – por volta de 35 % – equivalente ao branco. Rico em ácido cítrico e fonte de antioxidantes, além de conter vitaminas A e B, esta versão ainda é a menos conhecida do consumidor pelo seu preço acima do mercado e pela restrição da sua disponibilidade.

Destaques e características nutricionais do chocolate

Por trazer polifenóis em sua composição, com propriedades antioxidantes, o chocolate atua positivamente na saúde do sistema cardiovascular, certamente benefício está mais presente nas versões com mais cacau e menos gordura. Entre seus efeitos benéficos estão a redução do LDL (colesterol ruim), aumento do fluxo sanguíneo e redução da pressão arterial. Outra ação direta do alimento é sobre a proteção da degeneração das células, também devido ao seu teor de antioxidantes, o que tem como consequência, por exemplo, a prevenção do câncer de intestino.

Na sua composição nutricional, também encontramos o triptofano, aminoácido que induz à formação da serotonina e da dopamina, neurotransmissores que estimulam a melhora do humor (não é à toa que ele é AMADO) prevenindo e amenizando quadros de depressão, ansiedade e doenças degenerativas como o Alzheimer.

Os Desafios do mercado de chocolate

1. Mão e obra escrava na plantação?

Globalmente isso ainda acontece. A marca de chocolates líder de mercado na Holanda Tony’s Chocolonely, presente em 22 países do mundo, tem, desde seu nascimento, em 2005, o objetivo de erradicar a escravidão na indústria de chocolate a nível mundial. Para tanto, a marca optou por comercializar o produto, com o intuito de se tornar um agente de transformação. Segundo a filosofia da marca, a Tony’s Chocolonely tem como missão fazer da indústria 100 % livre da escravidão em todo o mundo, apostando no fomento à consciência dos consumidores a partir da exposição de modos diferentes de se fazer chocolate. A partir da ideia de uma produção social e sustentável, a marca intenta inspirar outras companhias e, com isso, provocar o senso de responsabilidade das mesmas, levando-as para a ação contra o uso de mão de obra escrava na cadeia produtiva do chocolate.

Com isso, estímulo a você buscar a história do chocolate que está usando em suas formulações pra ontem! Converse com seus fornecedores e rastreie essa cadeia produtiva.

2. Sustentabilidade

Existem muitos fatores envolvidos no processo produtivo sustentável de um alimento. Buscamos listar aqui os principais.

  • LOCAVORISMO: A origem  do chocolate que você está usando, qual é? De onde vem o produto e de onde o fornecedor comprou o cacau?  utilizar ingredientes nacionais já ajuda bastante no foot print. Saber sobre o plantio, a lavoura, a colheita, o armazenamento e torrefação, todos precisam ser feitos de uma forma que possibilite ao ecossistema da região se restaurar sempre.
  • CONHEÇA SEU PRODUTOR: tripé da sustentabilidade diz que todas essas empresas devem apresentar características sociais, ambientais e econômicas. Comprar de pequenos produtores possibilita esse pilar social. Gerando assim mais renda para que eles consigam crescer e se desenvolver,  Mas além disso, problemas maiores preocupam a indústria de chocolate. Um relatório divulgado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) diz que mudanças climáticas podem causar a extinção dos cacaueiros até 2050.  A Mars, uma das maiores fabricantes de chocolate do mundo, dona de marcas como M&M’s e Twix, saiu na frente e já está trabalhando em parceria com a Universidade da Califórnia em busca de respostas e saídas para a “extinção” do chocolate.

E o que podemos fazer agora?

A recomendação dos pesquisadores é que os produtores deem preferência para o uso de sementes de cacau que são resistentes à seca, é um tipo específico. Enquanto isso, estudam mais o assunto, que ai desde mudança no DNA da Fruta e testes em locais mais altos do planeta.

OUSADIA NAS COMBINAÇÕES

Quando falamos em inovação com chocolate, sempre nos veem algo indulgente em mente. Mas algumas combinações nos chamaram a atenção e estão investindo na Harmonização do seu produto principal com o alimento:

Café

A marca de chocolates Dengo, engajada em causas sociais e eco sustentáveis, traz ao consumidor experiências que unem os sabores do café ao chocolate. As pepitas, amêndoas de cacau torradas e cobertas de chocolates de vários tipos, harmonizam com o sabor natural do café.

Cerveja

A Baden Baden Chocolate Beer, fabricada pela cervejaria de Campos do Jordão, é uma aposta da marca nas cervejas artesanais de sabor chocolate. Indicada para os paladares mais exigentes, ela harmoniza com sobremesas doces, como o tiramisù.

Bombons Gourmet

A marca Cacau Noir traz a versão de bombons delicados de flor de sal, vinho do porto e ganaches de hortelã e de pimenta.

Já a maior rede de chocolates finos do mundo, a Cacau Show, lançou a sua linha gourmet, com versões com frutas e toques de pimenta.

A Kopenhagen, reconhecida no segmento de luxo dentro do mercado de chocolates, apresenta uma linha de bombons trufados dos vinhos malbec, cabernet sauvignon e do porto. Azeite As marcas brasileira e portuguesa, AMMA e Andorinha, de chocolate e azeite, se uniram para oferecer ao consumidor um produto com teor de 54% de cacau com o toque levemente amargo puxando para o frescor das azeitonas verdes. “A combinação dá à preparação uma textura macia, proporcionada pela emoliência do azeite”, complementa a diretora de marketing da Andorin  ha, Loara Costa .

Chás

A marca Moncloa, de boutique de chás, oferece o chá Cacao Shell, feito de cascas de cacau, em seu portfólio. Feita a partir da infusão de nibs de cacau em água ou leite, a bebida garante o sabor do  chocolate sem tantas calorias.

AFINAL, qual tipo de chocolate é o ideal?

A resposta é depende! Não existe um chocolate melhor. Se pensarmos apenas na questão nutricional, o amargo/ negro seria a resposta mais óbvia. Se pensarmos em sustentabilidade, aquele que é produzido na sua região, se pensarmos em sabor, o ao leite ainda reina como preferência nacional. Então entenda sempre seu consumidor, os valores da sua marca, se inspire nessas inovações e busque informação. Mas dizem que não importa a pergunta, a resposta certa sempre é: CHOCOLATE! Mesmo em um produto ou sabor inovador, ele pode acompanhar. Junto com ele o sucesso é mais garantido!

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