Bioinsumos: alternativa sustentável na produção alimentar
A substituição de fertilizantes minerais por bioinsumos em plantações de gramíneas no Brasil pode evitar a emissão de até 18 milhões de toneladas de gás carbônico, segundo um estudo apresentado pelo Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras. O trabalho, desenvolvido em cooperação com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), visa analisar o uso de bioinsumos como alternativa aos fertilizantes químicos.
Inovação e sustentabilidade guiam futuro do setor de alimentos
A pesquisa, liderada pela pesquisadora Luana Nascimento, responde a uma demanda do Ministério da Agricultura e Pecuária para subsidiar políticas públicas focadas em segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e competitividade do agronegócio brasileiro. O estudo destacou o potencial dos bioinsumos na fixação biológica de nitrogênio e solubilização de fósforo e potássio, contribuindo para a sustentabilidade das gramíneas, que incluem plantas como trigo, milho e cana-de-açúcar, essenciais para a produção de alimentos e energia.
De acordo com a análise, cerca de 80% dos fertilizantes minerais utilizados no Brasil são importados, representando alto custo de produção e gerando impactos ambientais negativos, como a emissão de óxido nitroso, um potente gás de efeito estufa. A substituição desses fertilizantes por bioinsumos pode reduzir a emissão de nitrogênio em 7 milhões de toneladas por ano, diminuindo a conversão desse gás em óxido nitroso.
Além dos benefícios ambientais, a pesquisa aponta que o uso de bioinsumos pode gerar uma economia de até US$ 5,1 bilhões no setor de produção de alimentos, estimulando um mercado que já utiliza uma tecnologia predominantemente brasileira. O estudo revelou que 63% dos bioinsumos disponíveis no mercado utilizam a bactéria Azospirillum brasilense, mas outras espécies de microrganismos também mostram potencial para expansão.
Etiqueta Bump Tag: inovação indica validade de alimentos
O projeto contou com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que colabora com 34 países no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura. Segundo Gabriel Delgado, representante do IICA no Brasil, a pesquisa é um passo importante para fortalecer a resiliência dos sistemas alimentares e promover a sustentabilidade no setor.
Fonte: Agência Brasil
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