Conheça a ascensão do soro de leite na indústria alimentícia
O soro de leite, anteriormente visto como subproduto descartável na produção de queijos, tem se tornado um insumo de grande valor na indústria alimentícia. A demanda crescente por proteínas de alta qualidade e os avanços tecnológicos têm impulsionado a transformação desse resíduo em uma matéria-prima comercialmente valiosa.
Bioinsumos: alternativa sustentável na produção alimentar
Com técnicas como microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração, é possível concentrar proteínas, lactose e minerais, ampliando suas aplicações e melhorando o valor nutricional dos alimentos.
A ultrafiltração, uma das tecnologias mais usadas, permite a produção de concentrado proteico de soro de leite (WPC), eliminando compostos indesejados, como a lactose. O isolado proteico (WPI), que contém até 95% de proteína, é amplamente utilizado em nutrição esportiva e suplementos alimentares. Já o permeado do soro, rico em lactose, é aproveitado na fabricação de prebióticos e produtos farmacêuticos, maximizando o uso de todos os componentes do soro de leite.
A trajetória de crescimento desse mercado é notável. Nas décadas de 1970, o soro de leite era frequentemente descartado de forma inadequada, com impacto ambiental negativo. Hoje, a indústria global de proteínas de soro de leite projeta crescimento de US$ 10,26 bilhões em 2021 para US$ 18,12 bilhões até 2029, impulsionada pela demanda por proteínas de alta qualidade e pela diversificação de aplicações, desde suplementos alimentares até embalagens biodegradáveis.
Além disso, regulamentações, como a Instrução Normativa MAPA nº 94 de 2020 no Brasil, estabelecem padrões para garantir a qualidade e segurança do soro de leite, promovendo sua comercialização interna e internacional.
Com esses avanços, o soro de leite tem se mostrado um recurso estratégico para a indústria alimentícia, que busca soluções mais sustentáveis e eficientes. A tendência é de crescimento contínuo, com novas tecnologias e produtos derivados dessa matéria-prima ganhando espaço no mercado.
Fonte: Food Safety Brazil
Imagem de nensuria no Freepik
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