Pinhão pode ser fonte promissora de prebióticos naturais
Um estudo da Embrapa Florestas, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), identificou no pinhão dois tipos de prebióticos: amido resistente e frutooligossacarídeos (FOS). Essas substâncias ajudam a estimular o crescimento de probióticos, microrganismos essenciais para um ecossistema intestinal saudável.
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A descoberta, publicada na revista Food and Nutrition Sciences, revela um novo potencial para as sementes da Araucaria angustifolia, que já eram conhecidas por conter compostos fenólicos e minerais como fósforo, potássio e magnésio. Segundo Catie Godoy, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto PINALIM, o achado pode impulsionar o consumo do pinhão como parte de uma alimentação voltada para a saúde intestinal.
No estudo, três variedades de pinhão foram analisadas — Sancti josephi, Angustifolia e Caiova — em diferentes estágios de maturação. Os resultados indicaram que o amido resistente e os FOS presentes no pinhão promovem o crescimento de bactérias probióticas, como Lactobacillus plantarum e Bifidobacterium breve. Além disso, essas bactérias produzem substâncias benéficas, como ácidos graxos de cadeia curta, que ajudam a manter o equilíbrio intestinal e podem reduzir o risco de doenças.
Natália Marques, especialista em nutrição clínica, reforça o impacto dessa descoberta. Segundo ela, o incentivo ao consumo de pinhão pode contribuir não apenas para a saúde humana, mas também para a preservação das florestas de Araucária, promovendo campanhas de conscientização e a criação de novos produtos alimentícios.
Com o avanço das pesquisas, a farinha de pinhão está sendo explorada como fonte de crescimento para probióticos, com potencial para industrialização. Esses estudos prometem abrir novas oportunidades no mercado de alimentos funcionais, como snacks, cereais e suplementos voltados à saúde digestiva.
Diferenciando prebióticos e probióticos
Probióticos são microrganismos benéficos que habitam o intestino, auxiliando na digestão e na defesa contra doenças. Já os prebióticos são fibras que não são digeridas pelo organismo, servindo de alimento para esses microrganismos. Ambos desempenham papéis complementares na manutenção da saúde intestinal.
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A descoberta do potencial prebiótico do pinhão reforça sua relevância como um ingrediente funcional e destaca sua versatilidade no desenvolvimento de produtos inovadores.
Fonte: Embrapa
Foto: Zig Koch / Reprodução