Clean label ganha força no Brasil e transforma a indústria
Impulsionado pela busca por transparência e naturalidade, o movimento clean label tem ganhado espaço na indústria brasileira. Na última década, o conceito se fortaleceu, influenciando o desenvolvimento de produtos com foco em ingredientes conhecidos pelo consumidor e rótulos claros.
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O termo clean label, que pode ser traduzido como “rótulo limpo”, refere-se a produtos que priorizam ingredientes reconhecíveis, fórmulas simples e a ausência de aditivos artificiais. Embora ainda não exista regulamentação específica para essa denominação, já se estabeleceu entre consumidores e marcas como sinônimo de alimentos mais naturais, minimamente processados e com maior clareza na comunicação.
Uma mudança puxada pelo consumidor
A mudança de comportamento do consumidor está no centro da ascensão do movimento. Segundo dados da Innova Market Insights, 60% dos consumidores globais querem saber mais sobre a origem dos alimentos. Na França, 79% afirmam que pagariam mais por produtos com aromas e sabores naturais. Essa expectativa por rótulos mais claros e saudáveis se estende também a mercados como Índia, Itália, Chile, China e Estados Unidos.
Além da exigência por ingredientes mais naturais, cresce a rejeição ao excesso de açúcar, conservantes e corantes artificiais. A nova rotulagem nutricional frontal, implementada pela Anvisa, é reflexo direto desse cenário: ao exigir mais clareza nas embalagens, ela reforça o papel da indústria na promoção de escolhas alimentares mais conscientes.
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Ingredientes carrier free e tecnologias que viabilizam
Com a expansão do movimento, também ganham destaque os ingredientes carrier free — ou 100% ativos — que dispensam veículos como a maltodextrina e permitem rótulos mais curtos e limpos. Frutas, vegetais e extratos desidratados, por exemplo, estão sendo cada vez mais usados em formulações que preservam componentes nutricionais e sensoriais, permitindo que o consumidor identifique com clareza o que está consumindo.
Além disso, novas técnicas de processamento e estratégias de redução de açúcar com reforço do dulçor natural têm contribuído para o desenvolvimento de produtos alinhados ao conceito clean label.
A difusão do conceito no Brasil
No Brasil, uma das vozes pioneiras do movimento foi a da nutricionista Aline Goettert, que iniciou em 2017 um trabalho voltado à criação de produtos com rótulos mais transparentes e ingredientes limpos. À frente da Nutrify Real Foods, Aline teve papel estratégico no desenvolvimento de suplementos e alimentos funcionais baseados no conceito, unindo ciência, qualidade e simplicidade nas formulações.
Sua atuação também incluiu a criação de um selo de identificação clean label, em parceria com nutricionistas e médicos, com o objetivo de fortalecer a confiança dos consumidores e orientar escolhas mais conscientes. Para além do desenvolvimento de produtos, Aline tem promovido um papel educativo, reforçando os impactos positivos dos ingredientes naturais e os riscos do consumo excessivo de aditivos químicos.
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Clean label como valor de marca
O clean label deixou de ser apenas uma tendência e se tornou um diferencial competitivo. As marcas que investem nesse conceito, além de acompanhar as exigências de um consumidor mais informado, constroem valor a partir da transparência, da qualidade e do respeito ao bem-estar.
Para a indústria, o desafio está em equilibrar inovação, saudabilidade e funcionalidade, desenvolvendo produtos tecnicamente viáveis e ao mesmo tempo alinhados a esse novo paradigma de consumo.
E para quem está atento aos próximos anos, o movimento clean label não deve retroceder. Ao contrário, tende a ganhar ainda mais protagonismo, conectando tecnologia e naturalidade na construção de um novo futuro para a alimentação.
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