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Bebidas não alcoólicas crescem e ganham espaço no Brasil

A busca por uma vida mais equilibrada está transformando o consumo de bebidas no Brasil e no mundo. A moderação no uso de álcool, especialmente entre jovens adultos, tem impulsionado o crescimento de uma nova categoria: a das bebidas não alcoólicas com apelo sensorial e identidade premium.

Geração Z transforma mercado de produtos saudáveis

Enquanto o mercado global de bebidas alcoólicas segue bilionário — com previsão de alcançar US$ 1,7 trilhão em 2024, segundo a Statista —, os produtos sem teor etílico vêm ganhando protagonismo com taxas de crescimento significativamente maiores. De acordo com a consultoria IWSR, o mercado global de bebidas não alcoólicas deve crescer 7% ao ano até 2028, quase o dobro do ritmo das alcoólicas. No Brasil, esse crescimento pode chegar a 10% ao ano.

Geração Z lidera a mudança de comportamento

Diversas pesquisas mostram que a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) consome menos álcool e com menor frequência que as gerações anteriores. O relatório Covitel 2023 apontou que o percentual de jovens entre 18 e 24 anos que consomem álcool três ou mais vezes por semana caiu de 10,7%, antes da pandemia, para 8,1% em 2023.

Já o estudo Mind & Hearts, da HSR Specialist Researchers, mostrou que 36% dos jovens consomem bebidas alcoólicas no máximo uma vez por mês. Para a indústria de alimentos e bebidas, isso representa uma oportunidade de inovar com produtos que conciliem saúde, sabor e experiência social.

Cresce a oferta de produtos premium sem álcool

O Brasil já é o segundo maior mercado de cervejas sem álcool do mundo, atrás apenas da Alemanha, segundo a World Brewing Alliance (WBA). A diversidade de marcas e estilos se amplia rapidamente: desde versões zero de grandes marcas globais até rótulos artesanais, como Etapp e Cervejaria Campinas.

Na categoria de bebidas premium, há gin sem álcool de marcas como Nulla, e vinhos como os da La Dorni. Coquetéis prontos para consumo e bebidas funcionais também começam a ocupar espaço nas gôndolas e nas cartas de bares e restaurantes.

Em São Paulo, casas como Guilhotina, Belô, MoMa, Casa do Porco e BEC Bar já oferecem drinques elaborados sem álcool, reforçando uma tendência já consolidada em capitais como Londres e Nova York.

Geração Z desafia vinícolas ao rejeitar bebidas alcoólicas

Potencial para inovação com ingredientes brasileiros

Com sua biodiversidade e expertise em ingredientes botânicos, o Brasil tem posição estratégica no desenvolvimento de bebidas não alcoólicas com identidade local. Há espaço para explorar:

  • Extratos de plantas nativas e frutas regionais;
  • Ingredientes funcionais como adaptógenos e compostos bioativos;
  • Alternativas clean label e com menor teor de açúcar;
  • Fermentações controladas e bebidas com efeito sensorial ou relaxante, sem álcool.

O avanço da categoria depende de inovação nas formulações, controle sensorial e estratégias que entreguem experiência e valor agregado ao consumidor.

Novo cenário

A transformação do comportamento do consumidor, impulsionada por questões de saúde, bem-estar e propósito, está mudando o perfil do consumo de bebidas. Para a indústria brasileira, o momento é oportuno: com recursos naturais abundantes e expertise em formulações, o país pode assumir papel de liderança global no desenvolvimento de bebidas não alcoólicas com identidade local, sabor marcante e apelo funcional.

Fonte: Isto é dinheiro
Imagem: Freepik

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