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Dietas plant-based podem gerar economia global bilionária

Adotar dietas plant-based pode ser não apenas uma estratégia para reduzir impactos ambientais, mas também um motor econômico global. Um novo estudo da Universidade de Oxford estima que a transição para padrões alimentares mais baseados em plantas pode gerar economia de até US$ 1 trilhão por ano em custos de produção de alimentos.

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A mudança reflete uma necessidade urgente: o atual sistema alimentar, altamente dependente da pecuária, é responsável por até 20% das emissões globais de gases de efeito estufa, consome 70% da água doce disponível e ocupa 80% das terras agrícolas do planeta. Além de pressionar o meio ambiente, esse modelo já sofre com a alta de custos e a escassez de insumos.

A eficiência produtiva das dietas plant-based

De acordo com os pesquisadores de Oxford, a produção animal demanda, em média, quatro vezes mais mão de obra por quilotonelada do que o cultivo vegetal — com destaque para a bovinocultura e a ovinocultura como as atividades menos eficientes. Essa diferença de produtividade explica parte da economia estimada com a expansão das dietas plant-based.

Estudos anteriores, como o da Comissão Eat-Lancet, já haviam apontado que padrões alimentares flexitarianos — baseados majoritariamente em vegetais, mas com pequenas porções de carne — poderiam reduzir as emissões em 15% e evitar 15 milhões de mortes prematuras por ano.

Menos trabalho na pecuária, mais oportunidades na horticultura

Publicado na revista The Lancet Planetary Health, o estudo avaliou 179 países e mostrou que a redução no consumo de carne e laticínios poderia diminuir a demanda por mão de obra em até 28%, o equivalente a 106 milhões de empregos em tempo integral até 2030.

Por outro lado, o crescimento do consumo de frutas, legumes, leguminosas e grãos impulsionaria o setor hortícola, criando até 56 milhões de novas vagas e aumentando o emprego agrícola entre 8% e 25%.

As projeções variam conforme o perfil de cada país. Regiões mais ricas, com forte presença da pecuária, registrariam a maior queda de empregos (-20%), enquanto economias emergentes e países especializados em horticultura, como Colômbia e Equador, veriam alta na geração de empregos rurais. O mesmo se aplica a nações africanas em expansão agrícola, como Eritreia e Gâmbia.

Economia global e impacto no PIB

Combinando os dados de produtividade e custos salariais, o estudo calcula que a adoção de dietas plant-based reduziria os gastos com mão de obra agrícola em até 32% em cenários sem carne, resultando em economia entre US$ 290 bilhões e US$ 995 bilhões — o equivalente a 0,6% do PIB mundial.

Nos países de baixa renda, o impacto seria ainda maior, chegando a representar 11% do PIB regional, o que reforça o potencial econômico da transição alimentar sustentável.

Transição justa e inclusiva é essencial

Para os autores, a mudança para dietas plant-based precisa ser acompanhada por políticas públicas sólidas, capazes de apoiar agricultores e pecuaristas em um processo de reconversão produtiva.

“O sistema alimentar tem impacto direto sobre o clima e a saúde. Sem dietas equilibradas e predominantemente vegetais, será impossível conter o aquecimento global”, afirma Marco Springmann, pesquisador sênior do Environmental Change Institute da Universidade de Oxford e autor principal do estudo.

Entre as medidas sugeridas estão incentivos à migração de trabalhadores, programas de qualificação profissional, apoio à imigração rural e redirecionamento da mão de obra da pecuária para a horticultura, conservação ambiental e reflorestamento.

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O futuro das dietas plant-based e o papel das políticas globais

Com a COP30 se aproximando, o estudo reforça a necessidade de integrar a pauta alimentar às estratégias climáticas. Springmann destaca que a transição para dietas plant-based pode ser uma das ferramentas mais eficazes para alinhar crescimento econômico, segurança alimentar e sustentabilidade.

“Alterar nossa dieta não muda apenas o que está no prato — transforma o modo como milhões de pessoas vivem do campo”, conclui o pesquisador.

Fonte: Vegan Business
Foto de Jonathan Kemper na Unsplash

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