Nos dias 13 e 14 de agosto, aconteceu o “Future Trends”, o maior evento do ano da @abrafarma. Liderada por Sérgio Mena Barreto, a associação de redes de farmácias, que cresce em vendas 10% ao ano (dado de 2023). O evento entregou grandiosidade e relevância para associados e para a indústria farmacêutica.
1- Destaques na organização e idealização do evento:
⁃ Durante a abertura, deram destaque a pessoas com deficiência.
No primeiro dia, um balé de cegos abriu o evento; no segundo, uma palestrante que se locomovia com um triciclo falou lindamente por 15 minutos sobre como as empresas podem e devem lidar de uma forma melhor com esse público, que tem nome, vontades, ideias e talento. Não é só uma questão de acessibilidade.
⁃ Como o evento foi realizado no Distrito Anhembi, recém-reformado, havia poucas opções de alimentação. Resolveram essa questão distribuindo “snack boxes” a todos os participantes, em dois pontos diferentes do evento, e incentivaram todos os expositores a servirem algum tipo de snack, finger food ou outra alimentação. Algumas redes de farmácias, mesmo sem expor, ampliaram sua visibilidade de marca oferecendo cafés gourmet, acompanhamentos, água de coco… Não passamos fome 😛.
2- Ativações das marcas: Dá para melhorar:
As ativações dos expositores foram muito ricas, repletas de brindes e entretenimento, mas com pouco conteúdo. É possível divertir e informar ao mesmo tempo! Com exceção da Kimberly Clark, que estava com parte do seu time de P&D fazendo demonstrações de absorção dos produtos e explicando sobre pH, entre outros temas. Nós, da Equilibrium, podemos ajudar muito com esse conceito de “Aducation” para os eventos.
3- Sobre o mercado farmacêutico:
O mercado segue firme e presente no físico, mesmo com o digital crescendo e representando quase 30% das vendas do setor em algumas regiões. As lojas que participam da Abrafarma estão presentes em 1.099 cidades brasileiras e atendem 71% da população nacional.
Cada rede, em uma região do país, tem uma realidade diferente, que deve ser conhecida e estudada. Pensando nisso, a IQVIA apresentou uma nova ferramenta de gestão de mix chamada “Portfólio Ideal”, recém-criada para o varejista, que em breve estará disponível também para as indústrias, permitindo que ofertem seus produtos de forma mais assertiva às lojas. As marcas próprias estão crescendo entre as redes, e no ranking dos produtos mais vendidos estão, em primeiro lugar, vitaminas, minerais e suplementos, seguidos por itens de primeiros socorros, como ataduras e esparadrapos. Ah, e uma curiosidade: 66% dos colaboradores dessa rede são mulheres, e 69% ocupam cargos de liderança.
4- Benchmarks e futuro:
Um brasileiro, hoje executivo na CVS, contou a história da rede de farmácias dos EUA, que, com mais de 10 mil lojas, ampliou seus serviços para cuidados em saúde e criou, com base em sua capilaridade, um sistema de atenção à saúde sem precedentes no país.
Com a margem cada vez mais apertada, 90% das vendas sendo de genéricos, e os gastos dos americanos com saúde crescendo sem parar… 17% do PIB já era gasto com saúde, e decidiram entender essa situação. Apenas 10% era gasto com prescrição de medicamentos; médicos e hospitais representavam 31%, com margens bem melhores.
Começaram com Retail Clinic Health, oferecendo conveniência e baixo custo, sem necessidade de agendamento e com preço equivalente a 1/5 do valor de uma consulta médica.
Aqui no Brasil, temos várias questões regulatórias a enfrentar, pois muitos serviços não podem ser ofertados nas farmácias. Mas a visão do ecossistema fez com que a CVS vivesse uma jornada transformacional, sem descartar o que havia construído até então. Qual seria o seu negócio, ligado ao seu DNA, que pode mudar o jogo para sua empresa?
Por aqui, empresas disruptivas vêm tentando mudar esse cenário de serviços em saúde. Depois da onda das clínicas populares, como a Dr. Consulta, surge a HBox, que criou uma cabine para atendimentos diversos, unindo exames e telemedicina, oferecendo acesso mais econômico à população. Ainda não podem estar dentro das farmácias, mas esse é o objetivo a médio e longo prazo.
5- Falando em disrupção:
No segundo dia do evento, tivemos como Keynote o Diego Barreto, do iFood. Como sou fã desse cara! Absorvo tudo o que ele fala. Poderia escrever um artigo inteiro sobre o que ele compartilhou, mas aqui vão três pérolas:
A- Dentro do iFood, eles estabelecem metas para matar projetos. Ninguém pode ter projeto de estimação; se depois de um tempo ele não está dando resultado, não importa o quão “fofo” seja… está fora! Um dos valores é a transparência radical. “Seja brutal com os fatos, e não com as pessoas.”
B- Eles são um app de transação e, por muito tempo, acreditavam que as pessoas precisavam comprar apenas por lá! Esse era o único canal, afinal, foram eles que criaram esse negócio de valor e foram muito resistentes ao uso do WhatsApp. Hoje, 25% da receita vem de lá! Quem ou o que parece ser uma ameaça para seu negócio pode ser seu parceiro.
C- Enquanto nós, empresas que não nascemos digitais, lutamos para trazer mais inteligência com relação aos dados, criar dashboards de controle, lá eles já têm uma parceria de anos com o ChatGPT, e cada colaborador tem sua inteligência artificial pessoal. Claro que essa IA acessa todo o banco de dados, mas qualquer informação necessária, eles buscam em formato de conversa, e a resposta vem! Ele usou um exemplo impressionante: chegou uma mensagem informando que um entregador sofreu um acidente na Brigadeiro Faria Lima. Ele perguntou à IA quem estava por lá, e ela buscou no raio e no horário, indicando 5 a 10 motoristas apenas. Poderia ser um deles, e assim tomaram providências de forma mais efetiva e em tempo real. Incrível, né?
Houve muito mais conteúdo de valor, grande parte pela curadoria do excelente Olegário, mas não cabe tudo em um artigo. Por isso, deixo minha provocação para você: bora sair do home office, do escritório, e tirar o mofo na rua. Atualize-se nos eventos, conheça iniciativas e pessoas interessantes. Save the date: 29 e 30 de outubro vai rolar o BHB, o nosso evento para o mercado de alimentos, bebidas e suplementos.
Nós, da Equilibrium, estamos cada vez mais presentes e de olho nesse mercado farmacêutico, para juntos construirmos soluções de inovação e comunicação que possam deixar a vida das pessoas mais feliz, saudável e produtiva. Estamos juntos nessa missão.
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