Nanotecnologia auxilia na produção de conservantes naturais
A demanda por alimentos mais saudáveis e menos processados está pressionando a indústria a substituir conservantes químicos por alternativas naturais. Nesse cenário, a nanotecnologia surge como uma solução promissora, aumentando a eficácia dos conservantes naturais e garantindo a segurança alimentar.
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Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ-UFRJ), liderados pelo professor Carlos Adam Conte Junior, estão utilizando a nanotecnologia para desenvolver conservantes naturais a partir de óleos essenciais de plantas aromáticas.
Esses conservantes, extraídos de fontes como tomilho, orégano, canela e alecrim, possuem propriedades antioxidantes e antimicrobianas que não apenas conservam os alimentos, mas também melhoram sua qualidade nutricional.
A nanotecnologia é aplicada para encapsular os óleos essenciais em nanoemulsões ou nanopartículas, o que aumenta a estabilidade e a solubilidade dos compostos bioativos, além de controlar sua liberação ao longo do tempo. Essa técnica permite que os conservantes atuem de maneira eficaz sem alterar significativamente o sabor e o aroma dos alimentos.
Estudos realizados pela equipe de Conte demonstraram que combinações específicas de óleos essenciais podem ser altamente eficazes contra bactérias como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Salmonella Enteritidis. Por exemplo, a combinação de 75% de óleo de orégano, 10,7% de óleo de tomilho e 14,3% de óleo de capim-limão mostrou-se eficaz contra a Salmonella em estudos publicados em revistas científicas de destaque.
Além de suas propriedades antimicrobianas, muitos óleos essenciais atuam como potentes antioxidantes, retardando a oxidação de lipídeos e melhorando a validade comercial dos alimentos. Testes realizados em carnes, peixes e produtos cárneos mostraram que a tecnologia pode ser uma alternativa promissora aos conservantes químicos tradicionais.
Para viabilizar a aplicação comercial dessa tecnologia, é necessário otimizar os processos de extração e encapsulação dos óleos essenciais, garantir sua estabilidade em diferentes condições de processamento e realizar estudos de toxicidade e segurança. A equipe de pesquisadores já solicitou patente da tecnologia e busca parcerias com a indústria para desenvolver aplicações práticas e economicamente viáveis.
A utilização da nanotecnologia em conservantes naturais representa um avanço significativo para a indústria alimentícia, oferecendo uma solução sustentável e eficaz que atende à crescente demanda por produtos mais saudáveis e seguros.
Fonte: Faperj
Imagem: pvproductions on Freepik
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