FiSA 2024 promove debate sobre proteínas alternativas
O Summit Future of Nutrition, parte do FiSA 2024, reuniu especialistas para discutir a regulação de produtos à base de plantas e proteínas alternativas. O evento contou com a participação de Didier Toubla, CEO e cofundador da Aleph Farms; Anna Paula Viana, fundadora da APVIANA Food Solutions; Sérvio Túlio Prado, professor e pesquisador da FGV; e Caroline Mellinger Silva, pesquisadora da Embrapa Food Technology.
Didier Toubla, da Aleph Farms, iniciou o painel abordando o cultivo de carne, um produto vegetal análogo à carne que utiliza células de origem animal, tornando-o um alimento híbrido. Toubla destacou a importância da carne cultivada para a sustentabilidade global, mas reconheceu que seu escalonamento ainda é um desafio.
“Estamos no começo do processo, mas acreditamos que a carne cultivada é crucial para a sustentabilidade do planeta. Esperamos que mais empresas comecem a trabalhar com esse tipo de alimento ao redor do mundo,” afirmou. Ele enfatizou a necessidade de bons produtos e melhores tecnologias, mas alertou sobre os altos custos e riscos envolvidos.
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Sérvio Túlio Prado, especializado em fermentação de proteínas alternativas, discutiu como startups podem contribuir para o setor de alimentos. “Os esforços da indústria de tecnologia de proteína alternativa visam a indústria de ingredientes e alimentos, e, consequentemente, o consumidor final. Este ecossistema ainda está em formação,” ressaltou.
Caroline Mellinger Silva, da Embrapa Food Technology, abordou os desafios da cadeia produtiva. Ela destacou a necessidade de a indústria de ingredientes no Brasil explorar todo o seu potencial. “Já existe diversidade em muitos segmentos e qualidade aliada a isso. Precisamos endereçar soluções tecnológicas e científicas para questões de saudabilidade e nutrição, aliando com clean label,” afirmou Silva. Ela enfatizou a importância da funcionalização das proteínas para melhorar a qualidade sensorial e nutricional dos produtos.
Anna Paula Viana concordou com Silva, destacando a necessidade de aumentar a quantidade e qualidade de ingredientes plant-based no Brasil. “Temos agora uma segunda geração de ingredientes de proteínas, mais completos, que entregam outros resíduos, como fibras e amidos, evitando a adição desses componentes. É crucial usar a biodiversidade do Brasil para gerar produtos únicos, sustentáveis e com preços acessíveis,” concluiu Viana.
Imagem: Freepik
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