5 tendências que impulsionam os alimentos plant-based

Saúde, sabor, sustentabilidade, custo-benefício e novas experiências sensoriais. Esses são os pilares que devem direcionar os próximos passos da indústria de alimentos plant-based, segundo um levantamento apresentado pela Givaudan durante a cúpula Bridge2Food 2025, realizada na Holanda.
Brasil pode liderar mercado de proteínas vegetais
A pesquisa, conduzida com mais de 3.000 consumidores europeus e 250 especialistas do setor, mostra como as percepções do público em relação aos produtos plant-based estão mudando — e quais caminhos as marcas precisarão seguir para manter a relevância e ampliar o consumo.
1. Mais saúde e nutrição no prato
Embora 54% dos consumidores europeus já tenham experimentado carnes vegetais, 12% deixaram de comprá-las e 17% reduziram o consumo. Um dos principais motivos? A ausência de benefícios nutricionais claros.
O consumidor espera mais: produtos com alto teor de proteínas, fibras, menos aditivos e apelos nutricionais bem comunicados. A Givaudan aponta que as fórmulas precisam entregar valor percebido em saúde para reconquistar a confiança do público.
2. Sabor e textura seguem como barreiras
Sabor artificial e textura desagradável são grandes obstáculos. Segundo a pesquisa, 32% dos entrevistados ainda resistem a experimentar produtos à base de plantas por essas razões.
A Givaudan está investindo em soluções para aprimorar o perfil sensorial das alternativas à carne, incluindo o uso de micoproteínas, algas, impressão 3D e agricultura celular. A meta é entregar experiências mais próximas das carnes tradicionais, com formatos como espetinhos, asas de frango e carnes desfiadas vegetais.
3. Produtos que não tentam imitar carne
Uma nova tendência é o interesse por produtos plant-based que não buscam replicar o sabor e textura da carne. O projeto Valyncia, vencedor do desafio “Shape the Future” da Givaudan, exemplifica esse movimento. A iniciativa criou uma proteína fermentada de sabor adocicado a partir de frutas vermelhas — alternativa sustentável à proteína animal e também ao açúcar.
Essa abordagem amplia o leque de inovação e responde a um consumidor que deseja alimentos mais criativos, com identidade própria e menos dependentes da comparação com os produtos de origem animal.
4. Custo-benefício como fator decisivo
Com o aumento do custo de vida, o consumidor espera que os alimentos plant-based entreguem mais do que apenas apelo ambiental. Sabor, valor nutricional, conveniência, experiência e preço precisam estar equilibrados.
Se não houver percepção clara de valor em múltiplas frentes, o risco de abandono da categoria aumenta — especialmente quando opções convencionais ainda são mais acessíveis.
5. Sustentabilidade e rótulos limpos
A demanda por rótulos limpos e alimentos sustentáveis permanece alta, mas o público começa a questionar a real pegada ambiental dos plant-based. Embalagens em excesso e falta de transparência na cadeia produtiva são pontos sensíveis.
A Givaudan destaca que atender a essas exigências é essencial para manter a credibilidade e o engajamento com um consumidor cada vez mais informado.
“Para reacender o crescimento no segmento de produtos à base de plantas, precisamos mudar do hype para a substância”, afirmou a Givaudan. “Isso exige sabor, nutrição e sustentabilidade — sem concessões, com colaboração em toda a cadeia de valor.”
Publicação do Mapa reforça segurança de alimentos vegetais
Caminhos para a indústria
O relatório reforça o que o setor já vinha percebendo: o futuro dos alimentos à base de plantas depende de inovação com propósito. Não basta parecer saudável ou sustentável — é preciso entregar, de fato, esses valores. E isso só será possível com investimento contínuo em tecnologia, formulações avançadas e escuta ativa do consumidor.
Fonte: Vegconomist
Imagem: Freepik