Revisão na rotulagem pode ajudar a combater o desperdício
Mais de 1 bilhão de toneladas de alimentos foram desperdiçadas no mundo em 2022, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Grande parte desse volume poderia ter sido evitada com medidas simples, entre elas, uma rotulagem mais clara sobre a validade dos produtos.
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O uso de termos como “melhor antes de” (best before), já adotados em países como Canadá e EUA, é uma das estratégias defendidas por especialistas para evitar o descarte de alimentos ainda próprios para o consumo. A ideia é distinguir rótulos voltados à segurança de consumo — como “usar até” ou “data de validade” — daqueles que indicam apenas uma redução na qualidade sensorial do produto.
Essa diferenciação é relevante sobretudo em alimentos não perecíveis, como grãos, massas e produtos secos. Para itens perecíveis, como carnes e laticínios, a validade continua sendo limite de consumo, por questões sanitárias.
A revisão dos rótulos é defendida por organismos internacionais como o Codex Alimentarius, da FAO e OMS. Em 2024, a atualização do Codex Stan 1 trouxe novas diretrizes para padronizar a forma como datas são comunicadas ao consumidor, evitando confusão e promovendo escolhas mais conscientes.
No Brasil, qualquer mudança na legislação passa antes por discussões no âmbito do Mercosul e depende de alterações em leis nacionais. Ainda assim, a adoção de conceitos internacionais pode facilitar o acesso da indústria a mercados globais e contribuir para o compliance regulatório.
Os Estados Unidos são um exemplo recente: em 2024, FDA, USDA e EPA lançaram uma estratégia nacional para reduzir a perda e o desperdício de alimentos, com foco na revisão e padronização da rotulagem.
Novo cálculo de validade pode reduzir desperdício de alimentos
Para empresas do setor de alimentos, a mudança representa não apenas um compromisso com a sustentabilidade, mas também uma oportunidade de fortalecer sua reputação e atender a demandas crescentes por práticas mais responsáveis.
Promover uma rotulagem mais informativa e alinhada com os padrões internacionais é um passo estratégico para toda a cadeia alimentar — do fabricante ao consumidor final.
Fonte: Forbes
Imagem: Reprodução
