Brasil terá primeira fábrica de glúten vital em 2026

O Brasil deve deixar de depender 100% das importações de glúten vital a partir de 2026. A empresa Be8 iniciou a construção da primeira fábrica nacional dedicada ao insumo, com apoio de R$ 290,2 milhões do BNDES. A unidade está sendo erguida em Passo Fundo (RS), município estratégico no coração da produção de trigo gaúcha.
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O projeto faz parte de um complexo industrial de R$ 1,2 bilhão e deve atender integralmente a demanda nacional, estimada em 22,1 mil toneladas anuais segundo dados da Abitrigo. Atualmente, todo o volume consumido no país é importado.
Nova planta fortalece a cadeia nacional do trigo
A escolha de Passo Fundo foi estratégica: a cidade está próxima de mais de 170 municípios produtores de trigo no Rio Grande do Sul, estado que lidera a produção do grão no Brasil, com expectativa de 3,8 milhões de toneladas na safra de inverno.
Com a nova fábrica, a Be8 pretende não apenas nacionalizar o insumo — essencial na panificação, indústria farmacêutica e cosmética — mas também reduzir a exposição cambial da indústria brasileira, aumentando a competitividade dos produtos locais.
A planta terá capacidade para produzir 25,6 mil toneladas por ano, volume superior à demanda atual.
Complexo também produzirá etanol e DDGS
Além da fabricação de glúten vital, o parque fabril da Be8 incluirá uma planta para produção de etanol a partir de trigo e triticale, além do farelo DDGS, usado na alimentação animal. A iniciativa combina produção de alimentos e energia renovável, com foco em eficiência e sustentabilidade.
“Este é um parque fabril que integra geração de energia renovável e produção de alimento, confirmando que esses dois desafios podem ser superados de forma conjunta”, afirmou Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8.
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Projeto com impacto logístico, ambiental e econômico
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou o caráter estratégico da iniciativa: “Com essa planta pioneira financiada pelo Banco, o Brasil deixa de ser 100% dependente da importação de glúten e passa a ocupar um novo espaço estratégico na cadeia de trigo”.
A expectativa é que o projeto gere empregos, valorize o agronegócio regional e fortaleça a indústria nacional com ganhos em escala, logística e sustentabilidade.
Fonte: clickpetroleoegas.com.br
Imagem: Reprodução