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Crise climática leva startups a produzirem chocolate livre de cacau

A produção de cacau enfrenta uma crise sem precedentes, com as mudanças climáticas impactando as principais regiões produtoras na África Ocidental. Países como Costa do Marfim e Gana, responsáveis por 60% da produção global de cacau, testemunham plantações enfraquecendo e colheitas minguando, levando o preço do cacau a níveis históricos. Em meio a essa turbulência, o setor de chocolate busca alternativas inovadoras para enfrentar a escassez iminente.

Nesse cenário, startups estão se destacando ao desenvolver “chocolate sem cacau”. Financiadas por investidores de risco e grandes corporações, essas empresas buscam reinventar a produção de chocolate, adaptando-se às demandas de um mercado em transformação.

Uma das pioneiras nesse movimento é a Voyage Foods, sediada em Oakland, Califórnia, que recentemente levantou US$ 52 milhões em investimentos. Fundada por Adam Maxwell e Kelsey Tenney, a empresa utiliza avanços em biotecnologia para criar um chocolate sem cacau, obtido a partir de sementes de girassol, uva e grão-de-bico, entre outros vegetais. Além disso, a startup desenvolveu outras alternativas alimentares, como pasta de amendoim e creme de avelã, todos livres de alérgenos e leite.

Outra empresa que se destaca nesse cenário é a alemã Planet A, que já recebeu investimentos significativos desde sua fundação em 2021. Utilizando aveia como matéria-prima, a Planet A fabrica chocolate concentrado e manteiga de cacau, com uma abordagem voltada para a redução das emissões de carbono em comparação com métodos tradicionais.

Já a California Cultured, sediada em West Sacramento, adota uma estratégia diferente ao cultivar células vegetais para produzir chocolate. A empresa, que recebeu investimentos de capital de risco, busca reduzir o impacto ambiental e social da produção de cacau convencional, oferecendo uma alternativa mais sustentável.

Além de abordar a crise climática, essas iniciativas também buscam combater problemas como o desmatamento, a perda de biodiversidade e a exploração de trabalhadores nas plantações de cacau. Ao oferecer uma alternativa viável e ética, o chocolate livre de cacau representa não apenas uma inovação no setor alimentício, mas também uma esperança para um futuro mais sustentável e justo.

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Confira soluções criativas para enfrentar a crise na cadeia de cacau

A cadeia de suprimentos de cacau enfrenta uma crise significativa, marcada por um aumento de até 30 a 40% no custo das matérias-primas e um acréscimo de 15% nos preços de varejo. Essa conjuntura é impulsionada pelas mudanças climáticas, que estão causando um aumento de temperatura e uma redução na precipitação, especialmente em regiões-chave como Gana e Costa do Marfim, responsáveis por cerca de 60% da produção mundial de cacau. Esses fatores climáticos, combinados com inundações sazonais, têm permitido a proliferação de doenças e parasitas que afetam as plantações de cacau.

Além disso, observa-se um aumento preocupante do trabalho infantil na indústria, com a taxa na África Ocidental subindo de 31% para 45% entre 2008 e 2019. Estima-se que 1,5 milhão de crianças estejam sendo exploradas na região. Instabilidade geopolítica e o aumento dos custos de transporte e energia também introduzem desafios adicionais nesse cenário complexo.

Essas questões destacam a necessidade de inovação na cadeia de suprimentos de cacau. Duas startups italianas, selecionadas através do programa de aceleração de tecnologia alimentar FoodSeed, estão se destacando nesse contexto desafiador.

Clique aqui para ler o conteúdo completo.

Fonte: neofeed.com.br

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Kely Gouveia

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