A produção de cacau enfrenta um desafio significativo, com previsão de um déficit de 374.000 toneladas (11%) até 2024, segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO). A crise afetará especialmente a Costa do Marfim e Gana, responsáveis por 54% da produção mundial, com quedas estimadas de 467.000 e 448.000 toneladas, respectivamente. Esses problemas já resultaram em um aumento de 300% nos preços do cacau desde 2022, pressionando fabricantes e fornecedores.

A multinacional Kerry oferece uma solução para substituir parcialmente o cacau em pó em bebidas e alimentos. A doença do broto inchado do cacau (CSSV), degradação do solo e mineração ilegal de ouro são principais ameaças à sustentabilidade do fornecimento de cacau. Esses fatores não só afetam a quantidade, mas também a qualidade do cacau, valorizado por seu perfil aromático exclusivo. A oferta limitada e a alta demanda por cacau africano são cruciais para o aumento de preços.

Mesmo com uma possível queda nos preços prevista para o terceiro trimestre de 2024, uma safra média baixa pode limitar essa queda. Não se espera um retorno aos níveis de preços de 2023 por mais três ou quatro anos, ressaltando a necessidade de adaptação proativa dos fabricantes às estratégias de escassez.

Cacau em alta histórica: como otimizar na produção de chocolates e snacks?

Francis de Campos Ferreira, Diretor Global de Extratos de Cacau e Aromas de Chocolate na Kerry, destaca a sustentabilidade como foco central na crise. “A mineração ilegal de ouro e outros fatores não são apenas ameaças imediatas, mas também sinais de um longo caminho para a recuperação do setor cacaueiro. Esta crise apresenta tanto desafios quanto uma oportunidade crucial para a inovação e mudança no fornecimento de cacau.”

A Kerry, com sua expertise em ciência dos alimentos e aromas, oferece soluções que mantêm o sabor autêntico dos produtos, essenciais para alimentos e bebidas à base de cacau. “Nosso conhecimento pode ajudar a manter ou até melhorar a qualidade sensorial dos produtos, apesar das limitações do cacau”, afirma Campos Ferreira.

Essas alternativas inovadoras proporcionam experiências autênticas de sabor de cacau e chocolate, ajudando as marcas a superar desafios de preço e fornecimento. Fernanda Fontolan, gerente de Taste para a América Latina da Kerry, destaca que perfis variados de chocolate atendem a uma ampla gama de preferências dos consumidores, aparecendo como destaque na pesquisa global Kerry Taste Charts 2024.

Além de proporcionar uma experiência de consumo indulgente, essas tecnologias também reduzem custos e mitigam desafios de fornecimento. “Reequilibrar a massa de cacau de seus produtos com nossas soluções de sabor de cacau permite que os fabricantes de alimentos e bebidas reduzam sua exposição ao mercado volátil de commodities de cacau”, conclui Campos Ferreira.

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Confira soluções criativas para enfrentar a crise na cadeia de cacau

A cadeia de suprimentos de cacau enfrenta uma crise significativa, marcada por um aumento de até 30 a 40% no custo das matérias-primas e um acréscimo de 15% nos preços de varejo. Essa conjuntura é impulsionada pelas mudanças climáticas, que estão causando um aumento de temperatura e uma redução na precipitação, especialmente em regiões-chave como Gana e Costa do Marfim, responsáveis por cerca de 60% da produção mundial de cacau. Esses fatores climáticos, combinados com inundações sazonais, têm permitido a proliferação de doenças e parasitas que afetam as plantações de cacau.

Além disso, observa-se um aumento preocupante do trabalho infantil na indústria, com a taxa na África Ocidental subindo de 31% para 45% entre 2008 e 2019. Estima-se que 1,5 milhão de crianças estejam sendo exploradas na região. Instabilidade geopolítica e o aumento dos custos de transporte e energia também introduzem desafios adicionais nesse cenário complexo.

Essas questões destacam a necessidade de inovação na cadeia de suprimentos de cacau. Duas startups italianas, selecionadas através do programa de aceleração de tecnologia alimentar FoodSeed, estão se destacando nesse contexto desafiador.

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Fonte: https://revistacampoenegocios.com.br/
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