Vida Veg aposta no canal farma e reformula portfólio
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A Vida Veg, referência na produção de alimentos veganos, traçou um plano ambicioso para os próximos anos. Com portfólio de 50 itens distribuídos em 6 mil pontos de venda no Brasil, a empresa pretende alcançar um faturamento de R$ 300 milhões até 2028 — um crescimento de 253% em relação aos R$ 85 milhões registrados no último ano.
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A estratégia inclui ampliação de canais de venda, reformulação do portfólio e entrada no setor farmacêutico. A empresa aposta na expansão do mercado global de alimentos veganos, estimado em US$ 37,5 bilhões até 2030, segundo a Grand View Research.
Lançamentos e reformulação do portfólio
Para fortalecer sua posição, a Vida Veg prepara lançamentos para o primeiro trimestre de 2025. Serão três novos produtos em um total de oito SKUs: uma bebida fermentada de alto valor nutricional, uma linha de proteínas para consumo diário com baixo teor de carboidratos e gorduras, e um item voltado para o segmento de nutracêuticos, marcando a estreia da empresa nas gôndolas de farmácias.
A reformulação do portfólio prevê a introdução de 15 a 20 novos produtos até o final do ano, elevando a oferta para 70 itens. Alguns produtos serão descontinuados, e a empresa pretende acelerar o crescimento da categoria de bebidas vegetais.
Expansão industrial e novos canais de venda
Em 2024, a Vida Veg ampliou sua fábrica em Lavras (MG) com um investimento de R$ 10 milhões, quadruplicando a capacidade produtiva para 1 mil toneladas mensais. A nova estrutura garante suporte à demanda pelos próximos três anos.
Hoje, 98% das vendas ocorrem por meio do canal direto da companhia. A empresa busca diversificar a distribuição, estabelecendo parcerias com redes como o Grupo Zaffari, um dos maiores varejistas do Rio Grande do Sul. A marca já possui uma relação consolidada com o Hortfrut, onde 95% dos clientes reconhecem seus produtos.
Embora o canal direto seja um diferencial, ele também limita a presença em pequenos e médios estabelecimentos. Para ampliar a capilaridade, a empresa investirá no desenvolvimento de distribuidores especializados que facilitem a entrega fracionada e o acesso a novos mercados.
Desafios tributários no setor plant-based
O preço dos produtos à base de plantas segue como um desafio. Itens como leites vegetais podem custar mais do que o dobro de suas versões de origem animal.
A carga tributária é apontada como um dos principais entraves. Segundo Álvaro Gazolla, fundador da Vida Veg, os produtos vegetais no Brasil pagam, em média, 35% mais impostos do que os de origem animal. Entre as dificuldades estão tributos como ICMS e MVA, além da concorrência com itens da cesta básica que recebem subsídios governamentais.
Para reverter esse cenário, a empresa participa de discussões com o poder público por meio da Base Planta, associação que busca melhorias na estrutura fiscal do setor. “Se conseguirmos reduzir a carga tributária, o mercado terá um crescimento expressivo”, afirma Gazolla.
Mercado de ingredientes plant-based cresce e se diversifica
A Vida Veg aposta que a escolha do consumidor deve ser baseada na qualidade dos produtos, e não no preço impactado pela alta tributação. A empresa segue investindo na inovação e na ampliação da distribuição para consolidar sua presença no mercado plant-based.
Fonte: Brazil Economy
Imagem: Reprodução / Instagram