Brasil reforça liderança em segurança alimentar

A segurança alimentar está no centro das discussões globais e o Brasil consolida sua posição de destaque no tema. Durante o fórum Os Caminhos para Fortalecer a Segurança Alimentar no Brasil e no Mundo, realizado pelo Estadão em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), especialistas da Anvisa, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da academia discutiram os desafios e as oportunidades para garantir alimentos seguros, sustentáveis e acessíveis.
Boom das proteínas redefine a indústria de alimentos
Indústria brasileira como motor da segurança alimentar
Segundo João Dornellas, presidente executivo da Abia, o Brasil não é apenas o “celeiro do mundo”, mas também o “supermercado do mundo”. A indústria nacional abastece mais de 200 milhões de brasileiros e exporta alimentos industrializados para mais de 190 países.
Cleber Oliveira Soares, secretário executivo adjunto do Mapa, lembrou que o país lidera as exportações globais desde 2022 e vem abrindo novos mercados — mais de 440 apenas nos últimos anos — com foco em produtos de valor agregado. “A indústria é peça-chave para garantir o fornecimento calórico e nutricional da população mundial”, afirmou.
Regulação e ciência impulsionam inovação
Para Patrícia Castilho, gerente-geral de Alimentos da Anvisa, uma regulação eficiente é fundamental para impulsionar o setor. O órgão trabalha com 83 temas em sua agenda regulatória, buscando atualizar normas sem criar barreiras à inovação. “A produção de alimentos seguros exige decisões conjuntas entre governo, indústria e academia”, destacou.
Guilherme Costa, chefe de gabinete da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, ressaltou o protagonismo do país na Comissão do Codex Alimentarius, da OMS, que define padrões internacionais de qualidade e segurança. Essa atuação reforça a imagem do Brasil como fornecedor confiável e competitivo.
Inovação científica como diferencial
A integração entre ciência, regulação e setor produtivo tem sido essencial para o avanço do país. Instituições como a Embrapa desenvolvem tecnologias que elevam os padrões de sanidade e sustentabilidade, garantindo acesso a novos mercados e fortalecendo o papel do Brasil como referência global em segurança alimentar.
COP-30 e o papel do setor privado
A próxima COP-30, que será realizada em Belém (PA), deve ser um marco para o protagonismo brasileiro. Para Ricardo Mussa, chair da Sustainable Business COP30, o setor privado será agente ativo de transformação. “O Brasil tem condições únicas de mostrar que é possível unir produção verde, inovação e inclusão social com preservação ambiental”, afirmou. Segundo ele, o legado da conferência precisa ser de ações concretas e não apenas de discursos.
Segurança alimentar e paz global
Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e enviado especial do setor agrícola para a COP-30, destacou que a paz mundial começa com a segurança alimentar. Ele defende que o combate à fome e à desigualdade deve ser prioridade global e vê no cooperativismo e na inovação tecnológica os pilares para integrar pequenos produtores à economia verde.
Ingredion Brasil mostra avanço em sustentabilidade
Brasil como solução sustentável
O país reúne condições estratégicas para liderar uma nova era da produção sustentável. “A solução para o mundo é também o caminho da prosperidade para o Brasil”, afirma Patricia Ellen, cofundadora da AYA Earth Partners.
O país é um dos maiores exportadores de soja, milho, carne e frango, e atrai investimentos crescentes em sustentabilidade, como o programa Ecoinvest, que destinou US$ 5 bilhões a projetos de recuperação de terras degradadas.
Fonte: Estadão
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