A Solar Foods, empresa finlandesa, inaugurou uma fábrica próxima a Helsinque onde produz proteína comestível utilizando ar e eletricidade. O processo inovador, que integra a agricultura celular, alimenta um micróbio com dióxido de carbono, hidrogênio e minerais, gerando um pó rico em proteínas. Este produto, chamado “Solein”, pode substituir ovos e leite.

A agricultura celular é uma alternativa ecológica à pecuária, uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa. A produção de alimentos em laboratório, embora vista por alguns como antinatural, mostra-se promissora em termos de sustentabilidade.

A Solar Foods, fundada por Pasi Vainikka e Juha Pekka Pitkanen em 2017, está na vanguarda dessa tecnologia. Vainikka destaca que a principal matéria-prima para o micróbio é extraída do ar, resultando na proteína mais sustentável do mundo. A “Solein” emite 130 vezes menos gases do efeito estufa que a proteína da carne bovina na União Europeia, conforme estudo da Universidade de Helsinque.

No laboratório e centro de controle da fábrica, uma equipe monitora a produção em tempo real. A empresa emprega cerca de 40 pessoas e busca demonstrar a viabilidade da tecnologia para atrair investimentos e obter aprovação regulatória na Europa.

Emilia Nordlund, chefe de investigação alimentar do VTT, afirma que a transformação da produção e consumo de alimentos é fundamental para combater o aquecimento global e a perda de biodiversidade. A produção industrial de alimentos, especialmente a pecuária, é uma das principais causas dessas questões. Novas tecnologias de fermentação e agricultura celular podem reduzir as emissões e diversificar a produção alimentar.

O objetivo a longo prazo da Solar Foods é construir uma fábrica 100 vezes maior que a atual, ampliando significativamente a produção da “Solein” e seu impacto sustentável no mercado global de alimentos.

Você também pode gostar disso

Agricultura celular é alternativa para reduzir abate de animais

Nos últimos anos, surgiu um novo conceito nos debates sobre segurança alimentar e sustentabilidade: a agricultura celular. Esta tecnologia inovadora visa produzir carne cultivada em laboratório, oferecendo uma alternativa promissora para diminuir a dependência do abate de animais na indústria alimentícia.

A “agricultura celular” é explicada como uma técnica que resulta na produção de carne cultivada em laboratório, também conhecida por diversos termos como carne artificial, carne de laboratório ou carne in vitro. Mariana Hase Ueta, doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e pesquisadora pós-doutorada na Wageningen University & Research, destaca a importância de entender e esclarecer as diferentes nomenclaturas associadas a essa tecnologia emergente.

Em sua análise, Mariana aborda as controvérsias em torno dessa nova forma de produção de carne, destacando que a terminologia, como “carne sintética”, muitas vezes reflete opiniões divergentes sobre o assunto. No entanto, ela ressalta a importância do debate transparente para que os consumidores possam tomar decisões conscientes.

Clique aqui para ler o conteúdo completo.

Fonte: oglobo.globo.com
Imagem: Solar Foods