Carne caprina ganha força na economia da longevidade
A economia da longevidade, conhecida no Brasil como Economia Prateada, destaca o potencial de consumo e produção das pessoas com mais de 50 anos. No Brasil, esse grupo reúne 54 milhões de consumidores, movimentando R$ 1,6 trilhão por ano, com previsão de atingir 90 milhões até 2045.
Nos Estados Unidos, essa parcela já concentra 80% da riqueza familiar e responde por metade do consumo, e projeções indicam que, em 2034, os idosos superarão o número de crianças pela primeira vez. No Brasil, isso pode ocorrer já em 2030.
Carnes vegetais estão no prato de 26% dos brasileiros
Apesar da relevância, poucas empresas têm estratégias direcionadas para aproveitar o potencial econômico desse público. Um exemplo de oportunidade ainda pouco explorada está na cadeia produtiva da caprinocultura. Estudos indicam que a carne caprina, com menor teor de gordura entre as principais proteínas consumidas, pode atender às mudanças nos hábitos alimentares impulsionadas por preocupações com saúde, bem-estar e sustentabilidade, fatores valorizados especialmente pela população mais velha.
A carne caprina contém apenas 2,75g de gordura a cada 100g, menos do que o frango (3,75g), a carne bovina (17,14g) e a suína (25,72g). Além disso, é de fácil digestão e possui elevado valor nutritivo, características que a tornam atraente para consumidores que priorizam saúde e qualidade de vida. Essa tendência é reforçada em países desenvolvidos, onde o preço e a renda têm menor influência sobre o consumo de alimentos, dando lugar a critérios como benefícios à saúde e impacto ambiental.
Para que a carne caprina se torne uma escolha popular entre os consumidores mais velhos, é necessário superar tabus culturais e implementar estratégias de comunicação que destaquem seus benefícios. Políticas de desenvolvimento voltadas à caprinocultura devem considerar a realidade da nova pirâmide etária e o potencial de crescimento desse mercado, transformando a carne caprina em um produto-chave na Economia Prateada.
Carne cultivada será o futuro da alimentação?
Com ações estratégicas, a caprinocultura pode ganhar destaque tanto no Brasil quanto no mercado global, consolidando a carne caprina como um alimento alinhado às demandas de saúde e sustentabilidade do público com mais de 50 anos.
Fonte: Embrapa
Foto: Gentil Barreira / Reprodução