Geração Z desafia vinícolas ao rejeitar bebidas alcoólicas
A indústria do vinho enfrenta um desafio: a preferência da Geração Z por bebidas sem álcool está mudando o mercado. Segundo o relatório “State of the US Wine Industry 2024”, as vendas de vinho nos Estados Unidos caíram 3% no último ano, marcando o quarto ano consecutivo de declínio. Pela primeira vez em 45 anos, os destilados superaram o vinho em volume de vendas no país. Além disso, o aumento do uso de cannabis e a rejeição ao consumo de álcool, especialmente entre os jovens, intensificam a crise do setor.
Resíduos do vinho viram ingredientes para alimentos e cosméticos
O relatório destaca que consumidores acima de 65 anos, majoritariamente da geração baby boomer, são os principais clientes das vinícolas, com 58% preferindo vinho a outras bebidas alcoólicas. Porém, nas faixas etárias mais jovens, o índice cai drasticamente. Para cada cliente mais velho perdido, um jovem consumidor com menos interesse ocupa seu lugar, o que agrava o problema de reposição de mercado.
“A indústria precisa demonstrar criatividade e vontade de mudança para atrair uma base de consumidores mais diversa, sem perder os clientes atuais”, alerta o documento.
Outro ponto de pressão para as vinícolas está nos preços elevados. Em Napa Valley, uma degustação padrão custa, em média, US$ 81 (R$ 500), enquanto uma degustação de reserva chega a US$ 128 (R$ 791). Esses valores são significativamente maiores que os praticados em regiões como Sonoma (US$ 38) e Paso Robles (US$ 28). Esse aumento afasta visitantes, contribuindo para o segundo ano consecutivo de queda nas visitas a salas de degustação.
Apesar de o preço médio por garrafa ter subido em regiões como Napa (de US$ 79,40 para US$ 84,20) e Oregon (de US$ 47 para US$ 57,70), o relatório alerta para o risco de uma superprodução nos próximos anos. Um excesso de vinhedos plantados pode levar a estoques elevados, descontos e pressão para redução dos preços.
Jovens e o declínio do álcool: desafios para a indústria
A Geração Z, com 30% rejeitando totalmente o consumo de álcool, segundo pesquisa da Molson Coors, reforça a necessidade de a indústria se adaptar. O investimento em opções sem álcool surge como um caminho viável, mas as mudanças exigem uma reavaliação profunda das estratégias das vinícolas.