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Tendências unem tecnologia e tradição na indústria de alimentos

Enquanto tecnologias como inteligência artificial e automação avançam rapidamente sobre o setor de alimentos e bebidas, o futuro da indústria também deve estar conectado a um movimento de resgate da tradição e da memória afetiva. É o que afirma Adriana Stecca, sócia-diretora da KPMG Brasil e líder do segmento de A&B.

Segundo a especialista, o setor passa por uma transformação guiada por eficiência operacional, digitalização e humanização das marcas — e tudo isso, curiosamente, caminha lado a lado com uma reconexão com produtos, hábitos e valores do passado.

Tradição como diferencial competitivo

De acordo com Stecca, marcas e produtos que fizeram sucesso em décadas anteriores estão sendo reposicionados com o objetivo de ativar a memória afetiva do consumidor. Essa tendência ganha força à medida que o público busca, além da conveniência e funcionalidade, proximidade emocional com as marcas.

“Há uma valorização crescente dos produtos tradicionais, que remetem ao ambiente familiar e ao resgate de sabores do passado”, afirma a executiva.

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Tecnologia segue como motor da transformação

Apesar do movimento de retorno às origens, a tecnologia permanece essencial. Ferramentas como inteligência artificial, automação de processos, novas embalagens e gestão de dados continuarão a impulsionar o setor — especialmente para melhorar produtividade, shelf-life e distribuição em larga escala.

“Essas tecnologias são fundamentais para que a indústria consiga lançar produtos com mais agilidade, ampliar o alcance de distribuição e atender às demandas regionais do país com maior eficiência”, analisa Stecca.

Mudanças no consumo exigem novas estratégias

As tendências de consumo também refletem as pressões econômicas e sociais do momento. A especialista aponta um cenário de menor desembolso, com foco em porções menores, hortifrutis e alimentos proteicos de baixo custo. A combinação entre saudabilidade e acessibilidade se torna decisiva na escolha dos consumidores.

Além disso, o varejo alimentar ganha espaço em relação ao foodservice, com maior consumo domiciliar e crescimento das vendas por delivery. Bares e restaurantes, por sua vez, precisarão buscar novos formatos para manter o fluxo e competitividade.

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Expansão industrial e desafios logísticos

A indústria brasileira de alimentos e bebidas segue em ritmo de crescimento desde 2022, com projeção de alta de 2,4% na produção em 2025. Os investimentos anunciados entre 2023 e 2026 têm como foco a construção de novas fábricas, modernização de plantas e adoção de tecnologias para ganho de escala e produtividade.

No entanto, a distribuição ainda é um dos maiores desafios, especialmente em um país de grandes dimensões geográficas. Por isso, segundo Stecca, muitas empresas estão conectando estratégias de produtividade à logística, estruturando planos para otimizar rotas, reduzir perdas e garantir capilaridade comercial.

O que esperar?

O futuro da indústria de alimentos e bebidas será moldado tanto por avanços tecnológicos quanto pela valorização de elementos culturais e afetivos. Para o setor, o desafio está em equilibrar essas duas forças: inovar sem perder a essência, escalar sem desconectar, e crescer mantendo o consumidor no centro da estratégia.

Fonte: Food Connection
Imagem: Freepik

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