Os suplementos de GLP-1 estão ganhando espaço como alternativa para controle de peso, oferecendo benefícios semelhantes aos de medicamentos como Ozempic e Wegovy, mas sem a necessidade de injeções.

A novidade mais recente é o GLP Booster, da NotCo, um pó botânico que pode ser adicionado a qualquer alimento para ajudar a reduzir o apetite. Segundo a empresa, o produto estará disponível ainda este ano.

“A maneira como as pessoas comem está mudando. Seja à base de plantas, rica em proteínas ou agora consciente do GLP-1, a comida deve ser parte da solução, não do problema”, afirma Matias Muchnick, fundador e CEO da NotCo.

Expo West: bebida prebiótica reduz efeitos do Ozempic

Como funciona o GLP Booster?

Os medicamentos que atuam no GLP-1 imitam esse hormônio, naturalmente liberado no intestino após a alimentação, promovendo saciedade e ajudando no controle do apetite.

Muchnick explica que o GLP Booster age de forma diferente: em vez de introduzir GLP-1 sintético, ele estimula a produção natural do hormônio e bloqueia as enzimas que o degradam, mantendo-o ativo por mais tempo.

“Os medicamentos GLP-1 adicionam algo novo ao organismo. Nossa tecnologia aprimora o que já existe”, destaca.

Ainda que o produto possa auxiliar na redução da fome, seu impacto na compulsão alimentar – o chamado “ruído alimentar” – segue em estudo.

Sem necessidade de agulhas

Diferente dos medicamentos injetáveis, o GLP Booster será vendido em pó para ser misturado a alimentos e bebidas. A NotCo também pretende disponibilizá-lo para fabricantes, possibilitando sua incorporação em lanches, shakes e refeições prontas.

Entre os primeiros produtos testados estão amêndoas cobertas com chocolate amargo contendo o suplemento, e a expectativa é que alimentos com o GLP Booster cheguem ao mercado no próximo ano.

“Formatos prontos para o consumidor, como a mistura em pó, podem estar disponíveis ainda mais cedo”, diz Muchnick.

Expo West: suplementos para usuários de GLP-1 ganham destaque

Custo e acessibilidade

Embora o suplemento possa aumentar ligeiramente os custos de produção, a NotCo busca torná-lo acessível e escalável.

“Pense nisso como fortificação – assim como fibras e proteínas foram adicionadas aos alimentos ao longo dos anos. Com o tempo, a adoção crescerá e os custos serão reduzidos”, explica o CEO.

Pode ser usado com medicamentos GLP-1?

Para quem já utiliza medicamentos como Ozempic, a suplementação pode não trazer benefícios adicionais, mas também não interferiria no tratamento.

O produto pode ser uma alternativa para quem deseja regular o apetite sem recorrer a medicamentos ou para aqueles que estão reduzindo ou interrompendo o uso de injetáveis. Ainda assim, Muchnick recomenda que qualquer mudança seja feita sob orientação médica.

A nova demanda por alimentos inteligentes

O crescimento do uso de medicamentos GLP-1 já impacta o consumo alimentar. Com 1 em cada 8 americanos utilizando essas terapias, a busca por alimentos que não incentivem desejos e compulsão alimentar aumentou.

Além da redução do apetite, há preocupação com a preservação muscular, já que a perda de massa magra é um efeito colateral comum dos medicamentos GLP-1.

Investidor alerta para impacto do Ozempic no setor de bebidas

“Não se trata apenas de controlar a fome, mas de criar uma nova categoria de alimentos que trabalhem a favor da saúde metabólica, da preservação muscular e da vitalidade a longo prazo”, conclui Muchnick.

Fonte: New York Post
Imagem: Reprodução