Fazenda Futuro inicia nova fase com foco no Brasil
Após liderar o hype da carne vegetal no Brasil, a Fazenda Futuro passa por uma reestruturação. Fundada em 2019, a foodtech ganhou destaque ao atrair grandes investimentos e ao se posicionar como referência em produtos plant-based. Entretanto, a empresa reduziu sua exposição e passou a operar de forma mais enxuta.
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Hoje, a marca está presente em cerca de 20 mil pontos de venda no país e aposta em produtos voltados diretamente ao consumidor final, como o hambúrguer unitário plant-based — criado para estimular a experimentação de forma acessível. Também prepara novos lançamentos, como um empanado vegetal.
A estratégia atual marca o fim de um ciclo de expansão internacional. Após atuar em mercados como Reino Unido, Chile, Austrália e Estados Unidos, a empresa voltou o foco para o Brasil, reduziu estruturas e reorganizou sua base de sócios. Em 2024, Marcos Leta e Alfredo Strechinsky — fundadores da marca — recompraram a participação do BTG Pactual, encerrando uma fase de forte dependência de capital externo.
A mudança de postura reflete o momento do setor. A partir de 2023, grandes nomes internacionais como Beyond Meat e Impossible Foods enfrentaram queda nas vendas e na valorização de mercado. A Beyond Meat, por exemplo, viu seu valor de mercado despencar de US$ 4 bilhões para US$ 278 milhões.
Apesar da retração, o mercado ainda mostra sinais de vitalidade. Segundo dados do GFI Brasil com base na Euromonitor, as vendas no varejo brasileiro de carne e frutos do mar plant-based somaram R$ 1,1 bilhão em 2023. Leites e iogurtes vegetais movimentaram mais R$ 700 milhões. No entanto, o setor reconhece que o potencial endereçável é menor do que se estimava — e enfrenta barreiras como preço, distribuição limitada e desafios sensoriais.
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Segundo Marcos Leta, a Fazenda Futuro mantém volumes consistentes e investe em inovação, mas com metas realistas. Ele estima que o mercado brasileiro para seus produtos esteja hoje na faixa dos R$ 200 milhões anuais. A empresa já não persegue crescimento a qualquer custo, e sim consistência operacional.
Fonte: InvestNews
Imagem: Reprodução
