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Nova ordem regulatória guia inovação em ingredientes

A nova ordem regulatória deixou de ser custo e passou a ditar a estratégia da indústria de ingredientes para alimentos e bebidas. Regras antes vistas como barreiras burocráticas agora definem inovação, competitividade e acesso a mercados globais. O tema ganhou destaque na FiSA 2025 e segue no centro das discussões estratégicas das empresas do setor.

Ingredientes naturais ganham força com rastreabilidade

A pressão é dupla: de um lado, avanços tecnológicos permitem criar ingredientes inéditos; de outro, cresce a complexidade das legislações nacionais e internacionais. A conformidade, antes responsabilidade isolada, hoje influencia desde o desenvolvimento de produtos até a narrativa de marketing.

Sustentabilidade como exigência de mercado

O maior impacto vem da Europa, com o Regulamento da União Europeia sobre Desflorestação (EUDR). A partir de 2025, exportadores de cacau, café, soja, palma e derivados precisam comprovar, por geolocalização, que seus produtos não vêm de áreas desmatadas após 2020. A exigência, acompanhada pela OMC, funciona como barreira técnica ao comércio e obriga cadeias globais a reestruturarem sua rastreabilidade.

Para fornecedores brasileiros, indonésios e indianos, um dossiê auditável de origem passa a ser tão relevante quanto os certificados de qualidade.

A era da hipertransparência no rótulo

O movimento por transparência também se intensifica. A rotulagem nutricional frontal, já adotada no Brasil pela RDC 429/2020 da Anvisa, influencia o comportamento de compra e impulsiona a demanda por reformulações. Soluções de redução de açúcar, sódio e gordura, além de fibras e adoçantes alternativos, ganham espaço.

Além disso, cresce a exigência por rótulos limpos (clean label), com listas de ingredientes curtas e compreensíveis. Órgãos reguladores, como Anvisa e EFSA, também reforçam a necessidade de comprovação científica robusta para aprovar alegações funcionais, o que eleva custos e prazos de entrada no mercado.

Inovação e harmonização regulatória

Enquanto isso, tecnologias como fermentação de precisão e agricultura celular trazem novos ingredientes para o setor. Porém, a aprovação regulatória segue como desafio. A harmonização de padrões, discutida no Codex Alimentarius e em blocos regionais como o Mercosul, ainda avança lentamente, obrigando empresas a criar versões diferentes de um mesmo produto para atender legislações locais.

Transgênicos: o que mudou na rotulagem no Brasil?

Estratégia e competitividade na cadeia de valor

Na prática, a nova ordem regulatória está redefinindo critérios de escolha de fornecedores, que passam a incluir auditorias ESG e documentação de rastreabilidade. Equipes de P&D e regulatório agora trabalham juntas desde o início dos projetos, garantindo viabilidade técnica e legal.

Empresas líderes também investem em monitoramento contínuo das mudanças legais, transformando a conformidade em inteligência competitiva. Mais do que um entrave, a regulação se consolida como guia para inovação, mitigação de riscos e acesso a mercados estratégicos.

Fonte: Aditivos ingredientes
Foto de Nikoli Afina na Unsplash

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